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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 28 de março de 2024

Os 95 anos da chegada do trem a M. Claros serão lembrados hoje pela Rádio 98FM, que vai revelar: o rádio brasileiro nasceu das mãos do mesmo Francisco Sá, há 99 anos. (Conheça sua história, muito além do nome do antigo Brejo das Almas, que também inspirou a poesia brasileira)

Quinta 02/09/21 - 9h00

No programa "Uma pergunta - Sua Voz", que diariamente faz perguntas à população, a Rádio 98FM Montes Claros vai falar hoje sobre os 95 anos da chegada do trem a M. Claros, completados ontem.

E revelará um fato quase absolutamente desconhecido aqui, e também no meio do rádio brasileiro.

Quem trouxe os trilhos do trem a M. Claros foi o ministro Francisco Sá, nascido numa fazenda em Grão Mogol, fazenda hoje localizada no município de Francisco Sá, antes Brejo das Almas, e que já pertenceu a M. Claros.

A história é bastante conhecida, embora um pouco negligenciada.

A chegada dos trens foi tão importante que o dia 1º de setembro de 1926 é considerado o mais importante dia da história de M. Claros.

E o ministro Francisco Sá, montes-clarense por extensão, é reverenciado como o maior dos nossos amigos.

RÁDIO

Além de ocupar destacado ministério do então governo, notabilizou-se em Fortaleza Ceara, onde se casou e morou. Uma das mais importantes avenidas tem o seu nome.

Agora, o fato raríssimamente conhecido: o patrono do rádio brasileiro é Francisco Sá, pois é dele a autorização que permitiu criar a primeira emissora nacional de rádio, no Rio de Janeiro, em 1922.

O rádio brasileiro comemorará 100 anos no próximo ano. E mais vivo do que nunca.

BIOGRAFIA

O ministro Francisco Sá, na memória dos homens públicos brasileiros, no portal do Ministério da Justiça, é assim lembrado:


Nasceu na fazenda Brejo de Santo André, município de Grão-Mogol, no estado de Minas Gerais, 14 de setembro de 1862. Filho de Francisco José de Sá Filho, rico fazendeiro e criador de gados, e Augustina Machado dos Santos Sá, sua família era proeminente na economia e política da região norte mineira. Seu avô materno era Josefino Vieira Machado, barão de Guaicuí, republicano e abolicionista, e um importante negociador de diamantes que ampliou seus negócios, voltando-se para o ramo da navegação fluvial no Rio das Velhas, além de investir em lavouras de café, algodão, cana-de-açúcar e na instalação de serrarias para a exploração de áreas florestais. Fez seus primeiros estudos no Seminário Episcopal de Diamantina. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou o curso de engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, tendo concluído na Escola de Minas de Ouro Preto, em 1884. Formado, assumiu o cargo de secretário do presidente de província do Ceará, o mineiro Carlos Honório Benedito Otoni, nomeado por carta imperial de 24 de maio de 1884. No ano seguinte foi nomeado engenheiro fiscal da Estrada de Ferro Baturité, a primeira ferrovia do Ceará, que ligava a província a Pernambuco. Casou-se com Olga Acióli, filha do comendador Antônio Pinto Nogueira Acióli, importante figura política da província do Ceará, e um dos dirigentes do Partido Liberal, vice-presidente do estado de 1892 a 1896, e presidente 1896-1900 e 1908 a 1912, quando foi deposto. Foi deputado provincial por Minas Gerais em 1888-1889, deputado geral pelo Ceará em 1889, reeleito para as legislaturas 1897-1899, 1900-1902, 1903-1905, e senador em 1906-1909, 1912-1915, 1922-1926 e 1927-1930. Esteve à frente da exploração de depósitos de salitre em Minas Gerais, o vale do Rio das Velhas, e Bahia, e foi engenheiro fiscal da Estrada de Ferro Mogiana. No governo do estado de Minas Gerais foi inspetor de terras e colonização, na gestão de Afonso Augusto Moreira Pena (1892-1894), e secretário da Agricultura, Comércio e Obras Pública, no governo de Crispim Jacques Bias Fortes (1894-1898), tendo renunciado para assumir mandato de deputado federal. Foi nomeado ministro da de Viação e Obras Públicas (1909-1910) na presidência de Nilo Procópio Peçanha (1909-1910), que assumira após a morte de Afonso Pena (1906-1909). À frente do ministério destacou-se pela criação da Inspetoria de Obras Contra a Seca (1909), que passou a coordenar as ações destinadas a prevenir e atenuar os efeitos da seca, antes distribuídas dispersamente dentro do ministério, que seria responsável pela construção de açudes, poços, canais de irrigação e barragens. Ainda em sua gestão foi criada a primeira Comissão Federal de Saneamento da Baixada Fluminense (1909), além de implementar a expansão da malha ferroviária nacional, com a Rede Sul Mineira (1910); a Rede de Viação Cearense (1909), criada para administrar as empresas Estrada de Ferro de Baturité e Estrada de Ferro de Sobral; e Viação Férrea Federal da Bahia (1909). Já senador, foi convidado para reassumir o Ministério da Viação e Obras Públicas na presidência do mineiro Artur da Silva Bernardes, estando a pasta envolvida na polêmica em torno do contrato da Itabira Iron Ore Company, companhia britânica de exploração de minério de ferro e seu representante no Brasil, o empresário norte-americano Percival Farquhar. Teve suspenso seu mandato e afastou-se da política em 1930, com o golpe militar liderado por Getúlio Vargas, que depôs o presidente Washington Luís e fechou a Câmara dos Deputados e o Senado, restaurados apenas em 1934. Morreu no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1936.

BREJO

Já sobre a cidade Brejo das Almas, uma coisa que pouca gente sabe, mesmo em Francisco Sá: o segundo livro do poeta Carlos Drumond de Andrade - Brejo das Almas - se inspirou no nome antigo da cidade.

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