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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 26 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Escreveu o sr. Wander: este centenário de elevação à categoria de cidade foi bem intencionada lembrança do doutor Hermes porque a data, como todos sabem, foi exaustivamente comemorada 25 anos antes, em 1932, quando se completou efetivamente o primeiro século de independência administrativa do município, tal como consideramos hoje. Tivemos, portanto, dois centenários - um pela autonomia municipal e, o outro, nominalmente pela elevação à categoria de ´cidade´, que já existia desde 1832, os dois então valendo exatamente pela mesmíssima coisa.´ Aqui está o meu comentário: A cidade de Montes Claros, não existia em 1832. Há documentos que provam. Não há como negar. Montes Claros continuou sendo vila, embora emancipada, até 1857. Houve portanto dois centenários, mas por motivos diferentes. Os dois foram importantes. O primeiro, pela emancipação. E o segundo, para comemorar a elevação da vila à categoria de cidade. Não sei a causa de tanta polêmica sobre esse assunto, visto que todos nós temos várias datas a comemorar. Data de nascimento, data de casamento, data de formatura, e assim por diante. Por que nossa terra não poderia comemorar dois centenários? Mas vão dizer que, se já era emancipada, é porque já era cidade. Hoje em dia, sim. Mas, não naquele tempo. Era época do império, onde tudo era diferente. E Montes Claros, não é o único lugar que, de arraial, passou a uma vila devidamente emancipada, e posteriormente, se tornou cidade. Era o comum na época. Em nome da História, isso precisa ser aceito, ou estaremos mudando a História. Meu pai não agiu apenas porque teve ´boa intenção´. Ele teve a idéia de comemorar uma data nunca antes comemorada, visto que a outra festa, contava os cem anos da emancipação. Lembrando que, durante o centenário da elevação à cidade, tiveram o cuidado de contar tudo muito bem contado com pinturas em arcos espalhados pelas ruas, e ainda num desfile histórico folclórico. O centenário, celebrado pelo nosso primeiro prefeito, não foi ignorado. Toda a história foi narrada, desde a chegada de Antônio Gonçalves Figueira, criando a fazenda Montes Claros. Enfim, nunca foi dito em 57, que celebrava-se a emancipação. Todos falavam a verdade: era o aniversário da cidade. Aniversário do dia em que a Vila se tornou cidade. Só muitos anos depois, creio que a partir de 83, é que começaram a dizer que a 3 de Julho, comemorava-se a emancipação, o que não era verdade. Meu pai já tinha falecido, caso contrário teria protestado na hora. Mas, talvez não tivesse adiantado, porque meu irmão Virgílio protestou, cansou de explicar, e ano após ano, os jornais novamente diziam que era data de emancipação. A própria prefeitura, enviava convites para a festa da emancipação. Foram eles que criaram o problema. Meu pai sempre foi bem claro que 3 de julho era outra data. Creio que agora, durante os festejos dos 150 anos, foi a primeira vez, desde os anos 80, que disseram que se tratava da elevação da vila à categoria de cidade. Ainda bem. Mesmo assim, muita gente continua sem entender. Da minha parte, não entendo como não entendem, visto que é tão simples! Repetindo: são duas datas diferentes, porque nos tempos do império, era necessário mais do que emancipação para ser cidade. Tenho procurado saber o que mais era preciso, mas ainda não consegui uma resposta com certeza. Soube que era uma coisa política. Soube também que era preciso demonstrar progresso. Não importa. O que importa é que um arraial, ao se emancipar, se tornava Vila, e não Cidade. Portanto, a Cidade de Montes Claros, comprovadamente, (vejam arquivos na Câmara, se duvidarem) só nasceu no dia 3 de Julho de 1857. Eu realmente, de todo coração, gostaria que finalmente entendessem, visto que essa dúvida é extremamente ofensiva à memória de Hermes de Paula, embora, tenho certeza que o Sr. Wander não tinha tal intenção. A ele, agradeço pela crônica de Rubem Braga, escrita no dia do meu aniversário. Adorável.

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