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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: GENIVAL 75 E A MATEMÁTICA

Tive o prazer de participar da festa dos 75 anos de meu querido amigo Mário Genival Tourinho. Eu já comparecera à festa dos 70, no mesmo local, o Automóvel Clube de Belo Horizonte. Essa gente de minha aldeia é mesmo amiga e vivedeira. Encontrei, cinco anos depois, quase as mesmas pessoas, dentre elas, Leônidas, Gilberto e João Jaques Lafetá, Affonso Prates, Alceu Carneiro, Flávio Pinto, Ucho e Fred Ribeiro, Pancho, Marcos Afonso, Finadinho (de Carlúcio Ataíde), Raimundo Tourinho, Carlos Emílio (de Antônio Rodrigues) e Ademir Fialho. Genival é muito querido em Belo Horizonte e, juntando nossa turma catrumana com a da capital, o segundo pavimento do clube ficou completamente lotado, como da vez anterior.
Pois bem, lá pelas três da madrugada, vi Alceu Carneiro e perguntei por sua esposa, Regina. Ele apontou uma imensa mesa redonda, num dos cantos do salão e disse que ela lá se encontrava. Respondi que queria cumprimentá-la. Dirigimo-nos ao local, saudei Regina e resolvi sentar. Aí, fim de festa, foi chegando gente, inclusive o aniversariante. O papo foi tão gostoso que só terminou com o dia amanhecendo. Genival contou várias histórias de Montes Claros. Uma delas me fascinou. Ele era estudante do Colégio Diocesano. Fazia o Tiro de Guerra, motivo pelo qual, não freqüentava habitualmente as aulas de matemática, que eram no primeiro horário, às sete horas da manhã. Tomou segunda-época. O professor, um engenheiro do DER, estava a fim de ferrar aquele aluno faltoso. Dr. Tourinho tratou logo de arranjar aulas particulares para o filho. E sabem quem foi a professora? D. Fernanda Ramos, mãe de Regina, que residia na mesma avenida em que se localizava o Diocesano, nossa hoje transfigurada Coronel Prates. O professor apresentou a Genival um problema, daqueles escolhidos a dedo para bombardear alunos. Genival leu a questão e, embora bem preparado pela mestra, não conseguiu resolver. Ele, então, disse ao professor que estava com dor de barriga e que precisava ir ao banheiro. Obtida a permissão, sob vigilância, Genival entrou no cômodo da instalação sanitária e, sorrateiramente, saiu pela janela dos fundos, pulou o muro da casa de Dr. Hermes, atravessou os quintais de D. Clotildes, de “seu” Aristeu de Melo Franco, pulou os muros de D. Vidinha e de D. Eponina Pimenta, até chegar à casa de D. Fernanda, a quem apresentou a questão. A mestra revelou que aquele problema só tinha duas soluções e que conhecia uma delas. Ensinou a Genival, que agradeceu e, suando às bicas, fez o espinhoso caminho de volta, escalando os mesmos muros com extrema agilidade, até reentrar, cuidadosamente, no cômodo onde se encontrava, pela janela que deixara aberta. Percebendo a vigilância do professor, começou a tossir desbragadamente. O homem tranqüilizou-se e ele se recompôs do hercúleo esforço. Passado algum tempo, retornou à sala de aula e apresentou a solução. O professor, surpreso, não acreditou no que vira e perguntou ao aluno como conseguira resolver aquele problema, no intuito de testar-lhe os conhecimentos. Genival, com ares de sábio, queixo empinado, arrogantemente respondeu:
— Muito simples, professor, apenas parti de um número imaginário...
E foi assim, graças à sabedoria de D. Fernanda Ramos, que o sapeca e inteligente estudante do Diocesano, não tomou a estrondosa bomba antevista pelo chato professor de matemática, que nem era de Montes Claros. E esse eterno menino, no esplendor de suas 75 primaveras, ainda arrematou a história assim:
— Imagine, Augustão, um cara de fora, chato, me dar bomba logo em matemática!?!?

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