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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: MURRÃO DA ROÇA

Dentre os valentes dessa terra de Figueira em tempos de antanho, tínhamos o Chico Dominguinhos, o Tenente Estrela, e nos anos 50 Lêro Reis o boxeador.
Nos Montes Claros ainda românticos, o halterofilista Leônidas era um modelo de masculinidade da época. Só que rasgou a boca no arame ao desafiar um magro e pequeno forasteiro chamado Baianinho, um mestre em capoeira, que lhe aplicou uma surra na terra poeirenta e vermelha das ruas de então.
Chapas de caminhão costumavam serem valentes e fanfarrões, assim como Leonel Cara Cortada, ou Leonel Estrelinha que foi furado no pescoço por Gerinha Portuguesa, outro valente. E também o chapa Brigadeiro, que não usava camisa tinha empunhadeiras de couro nos pulsos e andava se balançando todo. Feito pato descendo o morro!
Aí veio a geração de valentes presepeiros, como o Canário Pardo que tinha os braços tatuados e só andava em cana; Negão da Titia, que assombrava a Malhada Santos Reis. O bairro Roxo Verde era palco de muitos valentes: Zé Louro, Tião Chapa, Jailson e Xuxú um guarda costas de políticos.
Dentre outros valentes do pedaço havia o Sapatão da Vila Oliveira, o Zé do Burro que era guarda costa de Manoel do Bandeira 2. Noé Santana no Alto São João, Zé Piolho na Vila Ypiranga, ex-atleta e torcedor fanático do Bela Vista.
Dentre os valentes e bazofistas o Zé Veloso da Santa Rosa, que derrubava os juizes de futebol que marcavam pênalti contra o seu time de estimação. O Geraldim Puliça no Renascença e o Sansão na Vila Brasília. O João Tijolo valente empreiteiro de mortes encomendadas e o folclórico Eduardo Pistoleiro.
Didi Fofo, nos Morrinhos que foi enrolado em fios de arame farpado e jogado ladeira abaixo rolando. O exemplo não adiantou nada!
Nenzim e João Brejeiro, Paulo do Dnocs, Gabilera do Alto São João, que furava bola em jogo e Zé Doido e João Capa Preta, na Igrejinha do Bom Jesus.
Da equipe de peões da Matsulfur dois valentes que davam trabalho: Edson Estragarraça e Nogueirinha, toda segunda feira tinham que ser tirados da carceragem por Necésio de Moraes. Na baixada da Matriz, os valentes eram o Borreta e o Leonídio!
Na galeria dos destemidos e valentões, cita-se Wilson Fróes, Walter Zorro, Geraldo Pau de Sebo, Cabila do Roxo Verde e o negão Torresmo, da nova geração das escolas de capoeira. Não podemos deixar de citar o valente e dom Juan arrasador de corações de mulheres mal amadas, o Dilo Barbeiro, com seu facão curto dentro da bolsa a tiracolo.
E para encerrar a crônica, citaremos um frouxo e laxativo. Evandro Canzil, um cruzeirense enrustido que veste camisa do Atlético para despistar e bagunçar o coreto dos atleticanos. Ele é tão frouxo que corre de medo de despacho arriado na encruzilhada e medalha com o signo de São Salomão! É tão medroso que não passa na porta da Casa Minas Gerais.
Nós temos histórias. Somos curraleiro, mas, somos chiques. Arrasamos até em murrão da roça!

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