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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Porque meu pai comprou um cinema Palmyra Santos Oliveira Penso que foi em 1926. O meu irmão José Gomes de Oliveira, na época com uns 10 anos, foi barrado na porta do cine Montes Claros por ser de menor. Chegou em casa muito triste, contou ao meu pai Manoel Gomes de Oliveira o ocorrido e este prometeu comprar o cinema. Convidou o meu padrinho Aristides Lucrécio de Oliveira para ser seu sócio e ambos compraram o cinema. A firma era “Gomes e Lucrécio”. A primeira noite foi de graça para todos e eu, com mais ou menos 6 anos, fui também. Ao final, vi meu pai fechando as portas e perguntei se ele era empregado de lá. Disse-me que era o dono. Na ocasião, o cinema era mudo e havia pessoas que tocavam os instrumentos: o piano era com Dulce Sarmento, o violão com Asclepíades Pinto, o bandolim tocado por Ducho. Nas cenas de tiroteio, lembro-me que tocavam depressa e nas cenas românticas, lentamente. O filme do qual me lembro o nome: “O sol da meia-noite” com Laura Laplante (não sei a grafia) – o mocinho da época era Tomix (idem). Sei também que o meu irmão saía com Evandro Câmara, nosso vizinho, para distribuir os “porogramas” como eles falavam. Lembro-me também que certa noite, no cinema, distribuíram brindes, caixas de pó de arroz “Reny”. Dentro havia surpresas: brincos, anéis e catitos (bonequinhos de celulóide). Então fui para casa com o meu anel. Dormi. Sonhei que eu havia ganho uma caixinha que ao abrir vi um catito e quando peguei...decepção. Minha mãe me acordou. “Ô mãe, por que a senhora me acordou? Eu queria pegar meu catito primeiro”. Ela me disse: “Mira, foi só um sonho!” Então Dasdores, esposa do Cocó que era comerciante, deu-me um catito de massa com o qual brinquei muito. O meu padrinho Aristides Lucrécio que era primo do meu pai, faleceu de repente e a parte dele foi adquirida pelo Sr. João Ferreira Paculdino. A firma passou a chamar-se: “Gomes e Ferreira”. Depois meu pai queria mudar-se para Presidente Bernardes – SP onde morava o seu primo Joãozinho do Sr. Crisauto e vendeu sua parte para a então viúva do seu ex-sócio e a firma deles foi “Viúva Paculdino e Filhos.”

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