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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: NOVE FIGURAS NO PANO VERDE

Por tradição, a nossa urbe era nos anos 40 e 50, das mais conhecidas e destacadas pelas suas mesas de carteado. Mesmo depois que o Presidente Dutra assinou o decreto proibindo o jogo no solo Brasileiro e a jogatina perdurou nas nossas mesas do pano verde.
Por aqui, tínhamos o empresário João Pena, que manteve a chama da mística do Casino Minas Gerais. Trouxe, assim como o seu antecessor Sinval Amorim, para nossa urbe, levas de turistas barrufados de grana, vindos da Argentina, Uruguai, Paraguai e de outros estados da nossa federação. Tentavam a sorte no nosso pano verde nas nossas roletas.
Aviões fretados saiam de Petrópolis trazendo jogadores ricos habitues do Hotel Quitandinha, bolsos recheados para gastar na nossa boemia.
Tínhamos o elegante Píndaro Figueiredo, cobra criada nesse Butantã, que foi jogar nos cassinos da Itália. Com a desativação do Cassino, João Pena abriu o seu Bar Dólar Furado e o Clube Montes Claros fez história com o seu pano verde e as nove mandalas de figuras geométricas, que enfeitiçavam os notívagos da urbe.
Em cima da Casa Alves na rua XV o cassino de João Ferreira, época em que Dadú e Cabeção gerenciavam a jogatina do Clube Montes Claros. Ali cobras do baralho como Barretim Relojoeiro, Gentil, Aveno, Gilbertão, Grimaldi, Neco Jabuti e Alcides. Tempos românticos de cavalheiros bem vestidos, elegantes e do bolso cheio do vil metal.
Entre os nossos ases do baralho, destacavam-se Sinval Amorim, e os irmãos Figueiredo, que animavam as mesas. O elegante Dominguinhos, rico pecuarista tinha ingresso em todos os cassinos do Brasil. O médico Moreira Cezar entre outros eram animados participantes.
Bookmaker, jogadores, garçons, patos barrufados e cobras criadas saboreavam lautos tira-gostos do Bar do Sinval, do Restaurante Mangueirinha, e do Bar do Leon, trazidos pelos garçons.
A portaria do clube era rigorosa, só entrava sócio e ou convidado especial. Pif-Paf, batidas pôquer, chemim de fér, entre os atendimentos de Tião, Cesário Pedro, ainda pequeno e já faziam escola de malandragem na noite.
Logo veio o modernismo e o carteado do Automóvel Clube, com uma nova geração de cobras: Dimas, para esquentar a mesa, Ney Mesquita para detonar os patos pára-quedistas que aportavam por aqui tentando ganhar grana de otários da roça, mas levavam chumbo grosso na asa.
Aqui, só tem cobra criada! Nos somos da roça, em troca, porém um verdadeiro Butantã de ofídios tupiniquins, quem chega para tentar nos enganar, sai liso, leso e louco!
No pano verde, nas fichas, nos dados e em qualquer jogo que rola, nós fazemos escola!

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