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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: MONTES CLAROS E A COLUNA PRESTES

Dário Teixeira Cotrim

Durante a passagem da Coluna Presta no sertão baiano e pelo cerrado do Norte de Minas Gerais, a cidade de Montes Claros sofreu sérias influências com o episódio dos revoltosos. A guisa de ilustração, citaremos a seguir quatro situações com que o montes-clarense enfrentou, como explica o acadêmico doutor Nelson Vianna, a arrogância e a brutalidade dos homens que deveriam combater os rebeldes e não a população ordeira da cidade. Entretanto, o grosso da Coluna Prestes sequer chegou perto daqui, haja vista que o seu comando (Luis Carlos Prestes e Miguel Costa) preferiu o caminho de Taiobeiras com rumo ao Estado da Bahia. Mesmo assim, muitas dessas histórias, às vezes trágicas e às vezes cômicas, foram contadas tendo por referência os ataques dos revoltosos, principalmente contra o homem pacífico do campo. Vejamos:

20 de abril de 1926 – Chega à cidade de Montes Claros um forte contingente da Polícia Militar, que deverá seguir para o Norte a fim de combater os revoltosos. O comandante agiu nesta cidade, arbitraria e violentamente, requisitando animais, inclusive arreados, gêneros e até dinheiro, na única agência bancária, a do Banco da Lavoura, recém-instalada em Montes Claros. No dia da feira, sábado, quando o movimento comercial era mais intenso, e os feirantes se entregavam desprevenidos às suas atividades, o capitão-comandante mandou bloquear diversas ruas da cidade, tomando indiscriminadamente os animais dos roceiros que, ante a força, não tinha outra solução senão conformar-se. Estabeleceu-se o pânico entre os pacatos camponeses que, assim, ficaram sem as suas montarias e animais de carga. Espalhou-se a notícia por toda a zona e, em conseqüência, veio um longo período em que a cidade permaneceu sem abastecimento de gênero de toda sorte, para a alimentação, o qual, na época, só era feito pela gente do campo. (Efemérides Montes-clarenses – Nelson Vianna)

1 de maio de 1926 – Chega a Montes Claros o 2º Esquadrão do 15º Regimento da Cavalaria, com sede na Vila Militar, no Rio de Janeiro, sob o comando do capitão João Francisco da Silva, a fim de seguir para o Norte ao encontro dos revoltosos. (Efemérides Montes-clarenses – Nelson Vianna)

14 de maio de 1926 – Entra na cidade de Montes Claros a 3ª Companhia do 3º Batalhão da Polícia Baiana, sob o comando do tenente Clementino de Cerqueira e Silva que, desde 11 de dezembro de 1925, vem combatendo os revoltosos que invadiram os Estados do Piauí, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais. Essa tropa baiana, completamente esfarrapada, sem receber vencimentos há mais de cinco meses, manteve-se pacífica, respeitadora e bem disciplinada dentro da cidade, não molestando de modo algum a população local que, condoída da situação de penúria dos soldados, promoveu meios de minorar o sofrimento e desconforto por que passavam. Era a prova de agradecimento dos montes-clarenses, já bastante escarmentados pelo procedimento de outras tropas que por aqui transitaram, deixando péssima impressão de sua indesejável passagem pela cidade. (Efemérides Montes-clarenses – Nelson Vianna)

18 de maio de 1926 – Sob o comando do coronel Alexandre Fontoura passaram por Montes Claros a 5º e o 9º Regimento de Cavalaria, das forças federais, com destino ao Estado da Bahia onde devem combater os revoltosos. (Efemérides Montes-clarenses – Nelson Vianna).

Para melhores esclarecimentos, a pedido do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, estamos concluindo o livro “O Laço Húngaro”, onde já registramos a passagem da Coluna Prestas pelo sertão baiano e também pelo cerrado norte-mineiro.

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