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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: BRASIL, SUPERPOTÊNCIA

José Prates

“Não é exagero dizer que o Brasil está em vias de adquirir o status de superpotência” diz o Financial Time, em matéria de seis páginas, dedicada ao desenvolvimento econômico e produtivo do Brasil. Além desse fato, a publicação do Índice de Desenvolvimento Humano coloca o nosso país entre as nações que tratam seus habitantes com dignidade e respeito, indicando a melhora na distribuição da renda.
Não é nossa pretensão discutir aqui tecnicamente, as causas desse desenvolvimento, como os investimentos públicos em infra-estrutura, tanto da União como dos Estados que vieram, de algum modo, proporcionar condições de grandes investimentos privados na industria e no comércio, elevando o país à categoria de grande produtor e exportador, com seus produtos conhecidos e usados no mundo inteiro. O que queremos dizer, o que pretendemos levar aos leitores é a nossa alegria, nossa satisfação em ver o nosso país nessa posição. Isso nos enche de alegria porque o Brasil cresce e torna-se respeitado no mundo, não pelo poder bélico, pela potência de suas armas, mas pela sua capacidade de produzir bens de consumo necessários à vida e a comodidade das pessoas. Hoje, produzimos com tecnologia própria e exportamos para todo o mundo, aviões modernos, carros, etc o que há cinqüenta anos, ontem, podemos dizer, era inimaginável. Acrescente-se a isto o etanol, o biocomustível brasileiros que o mundo admira e procura imitar. Hoje, o Brasil não é simplesmente, um país da América do Sul. É uma potência econômica sul-americana, ouvida e acatada pelos países irmãos, do sul do continente. Deixou de ser o país do futuro, como disse Stephan Zwig no seu livro; não é mais um país emergente porque já emergiu e senta-se à mesa, junto com os poderosos nas reuniões do chamado G8; deixou de mendigar ao FMI, porque passou de devedor a credor da dívida externa. Saímos dos três únicos itens de exportação que eram café, açúcar e minério de ferro, para tornar-se grande e procurado exportador de produtos manufaturados. Isto nos orgulha e nos envaidece.
Quando comecei a viajar mundo a fora, como oficial de comunicações da Marinha Marcante, ao deixar o jornalismo, isto há trinta e cinco anos passados, entristecia-me ver que o nosso Brasil ainda era pouco conhecido em várias partes do mundo. Nessa época, o forte da exportação ainda era o minério de ferro, saindo do Rio de Janeiro, quase sempre para os EE.UU. Outros navios saiam de Vitória, carregados de café, outros de açúcar, saindo de Recife. Na volta vinham carregados de produtos manufaturados, principalmente dos EE.UU. Nossa importação superava a exportação, éramos sempre devedores. Hoje, tudo é diferente. Nossos navios saem carregados de produtos manufaturados para o mundo todo. Nossa exportação é superior à importação, somos credores.
Mas, nem tudo está perfeito, nem tudo segue o mesmo rítimo de crescimento começando pela própria estrutura que o jornal diz ser “uma bagunça”. A grande maioria do povo ainda não se adaptou ao novo “status” do país e continua a pensar e agir pequeno. É uma espécie de pobre que ficou rico. Não sabe agir como tal. Vai demorar um pouco, até que todos tomem consciência de que são filhos de um Brasil superpotência e ajam como tais.

(José Prates é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal, percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a família. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente adido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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