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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: JURAMENTO
(Do livro ´Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos´ - Parte 26)

EM JURAMENTO

O CASO DOS CINCO MIL RÉIS

Quem passou pela vida em branca nuvem
e em plácido repouso adormeceu,
quem não sentiu o frio da desgraça,
quem passou pela vida e não sofreu,
foi espectro de homem, não foi homem,
só passou pela vida, não viveu.
Francisco Otaviano

A impossibilidade de continuar os estudos no colégio, em Montes Claros, me amargurava. No final daquele ano de 1934 meu pai conseguiu para mim um estágio como “praticante” no quadro do pessoal da agência da Estrada de Ferro Central do Brasil, em Várzea. Sem salário. Era uma das formas de se ingressar na carreira que levaria a Guarda-Armazém, depois a Conferente e finalmente a Agente de Estação, de 1ª, 2ª e 3ª classe. Trabalhei com afinco e aprendi a preencher os diversos BTs (formulários) utilizados no dia-a-dia dos serviços, a manipular o aparelho morse, de telegrafia, e a utilizar as diferentes siglas que representavam os diferentes trens que circulavam no ramal, mais os códigos das estações e as fórmulas consagradas para anunciar chegadas, partidas e atrasos dos trens expressos, noturnos, mistos, cargueiros, boiadeiros, lastros e composições especiais.
Mas uma deliberação do Governo Federal, exigindo a quitação com o serviço militar para a admissão ao serviço público, acabou com minhas esperanças nessa área.
Foi quando recebi o convite, por intermédio do meu irmão Lauro, a quem o convite fora feito em primeira mão, para trabalhar em um lugarejo modesto, o então povoado de Juramento Velho, em casa comercial, ganhando o que representaria hoje o salário mínimo. Não dispondo de qualquer outra opção, aceitei.

(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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