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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Pelas ruas da cidade, apanhei no chão, no chão onde terminam nossas tolas vaidades, um folheto. Tinha foto antiga, de um rapazinho de jaleco branco, gravata, colarinho e bigodinho fino, a cabeça preta. Vi, ao lado da primeira foto, outra, da Rua São Francisco. Pus-me então a pensar. É cômodo de um sobrado de residência, que lá permanece, na esquina de rua dom Pedro II, logo depois do cine Fátima, finado; ali funcionou a primeira farmácia da rede Minas-Brasil. As duas fotos ilustram folheto dos 50 anos do grupo. O rapazinho de Jaleco é Ivan de Souza Guedes, fundador. Vistas agora, suas farmácias são um colosso. Mas, poucos saberão o que custou, de trabalho de insônias, chegar até aqui, neste sucesso todo. Percorri o folheto, com avidez, na esperança de encontrar outras fotos, antigas como a primeira. Em especial, quis ver aquele retrato da farmácia Minas Brasil que se localizou abaixo do saudoso Hotel São Luiz, onde hoje está o prédio da fechada Copasa, que apenas através de vidros escuros mal vê a cidade, logo ali, num dos nossos pontos de maior história. Era, a farmácia, uma farmaçona imensa para os nossos padrões de 1960, e vivia cheia como um formigueiro, apinhada de gente. Ali, minha lembrança puxou de volta o rapazinho de jaleco branco, mais velho do que eu, eu ainda menino, de calças curtas, mas tudo vendo. Comprava filinasma, toda noite. Hoje, que também tenho cabelos brancos, hoje que procuro em vão nos balcões da farmácia o rapaz de cabelos pretos e bigodinho fino, e que recolho no chão lembranças de um tempo ainda próximo, espalmado por 50 anos que pouco valem, hoje vou pedir que aqui publiquem mais histórias de sucesso, como esta. Com mais fotos. Antigas, das que ensinam. Que saibam que o trabalho, aliado à extrema simplicidade, é mãe de todo sucesso, e não de todas as guerras. Era assim. Era assim quando vestia calça-curta e o distinto rapaz da farmácia, de jaleco branco, por trás do balcão, já sabia disto, devotado ao trabalho. Mando as fotos do panfleto. Quem sabe publicam. Sou grato a quantos se voltem para o chão, para nele recolher (quem sabe, multiplicar) histórias como esta, que as fotos importam do passado. Que não passou, está visto. E que prosseguirão, como estimo - para usar um verbo que vai desaparecendo na indigência vocabular de agora.

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