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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Assaltantes de banco em Portugal eram de Minas Jair Rattner De Lisboa para a BBC Brasil

Os dois brasileiros que na quarta-feira assaltaram um banco em Lisboa eram naturais de Minas Gerais. Um deles, de 23 anos, nasceu em Coronel Fabriciano. O outro, de 32 anos, é natural de Montes Claros.

A BBC Brasil descobriu detalhes sobre os dois e suas identidades com fontes ligadas diretamente ao caso. A polícia portuguesa não divulgou oficialmente o nome dos dois, alegando segredo de Justiça e respeito à família do assaltante que foi morto.

O rapaz natural de Montes Claros levou um tiro na face e outro no crânio, mas está fora de perigo, apenas com um edema na cabeça, e está internado no Hospital de São José, em Lisboa. O de Coronel Fabriciano faleceu na própria agência bancária onde ocorreu o assalto, atingido por um atirador do Grupo de Operações Especiais da Polícia de Segurança Pública.

Emprego

Até março, o monte-clarense trabalhava como recepcionista na Pensão Mar dos Açores, no centro de Lisboa. Segundo a dona da pensão, ele sempre mostrava fotos de sua namorada, com quem pretendia casar. Há cerca de três meses, largou o emprego dizendo que pretendia trabalhar na construção civil ou em mudanças, para ganhar mais dinheiro. O rapaz de Coronel Fabriciano era motorista profissional. Os dois estavam havia mais de seis meses em Portugal e estavam em situação ilegal.

Na linguagem policial, os assaltantes foram “neutralizados” depois de um cerco que durou dez horas numa agência do Banco Espírito Santo, em Campolide, no centro de Lisboa. Foi um assalto que demonstrou pouca preparação: trata-se de uma agência administrativa, sem caixas para tratar com dinheiro.

O assalto começou às 15 horas, quando a agência estava para fechar. Às 15h04, uma mulher que estava tirando dinheiro na ATM que fica do lado de fora da agência, viu pessoas dentro do banco com as mãos presas por algemas de plástico e chamou a polícia.

O primeiro carro da polícia demorou alguns minutos para chegar. “Os agentes vestiram o colete a prova de balas e entraram na agência para confirmar o que estava a passar. Viram encostadas no vidro perto da porta quatro pessoas manietadas, com braçadeiras de plástico e imediatamente retiraram as pessoas dali”, conta Pereira de Oliveira. Acabaram ficando como reféns duas pessoas, a gerente do banco e um cliente.

Cerco

O banco foi imediatamente cercado por um contingente de mais de cem agentes da polícia. A comissária Florbela Carrilho relatou que durante nove horas houve tentativas de negociação com os assaltantes.

Às 23h20, os assaltantes tentaram sair do banco levando os reféns. Pretendiam usar o carro da gerente – um Smart de apenas dois lugares, que estava estacionado na frente da agência. Chegaram a abrir a porta do carro com o comando. Não sabiam que tinha sido posta uma esteira com pregos no perímetro do local, o que inviabilizaria a fuga.

Ao ver que eles estavam saindo da agência com a arma apontada para a cabeça dos reféns, foi dada ordem aos atiradores de escol para atingirem os dois. “Avaliamos que estava em risco a vida dos reféns e decidimos neutralizá-los. Quero deixar claro que toda a nossa conduta foi de tentar garantir a vida e o bem-estar dos reféns e também dos sequestradores”, afirma Pereira de Oliveira. No total, foram três tiros.

O superintendente não deu mais detalhes, afirmando que o crime encontra-se em segredo de Justiça para mais investigações. Entre os fatos em investigação está se havia ou não mais um elemento do grupo que estaria fora do banco em um carro para a fuga e se foram os dois que fizeram um assalto a uma agência do banco Barclay’s em Lisboa no dia 6 de julho.

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