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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: (Do livro ´Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos´ - Parte 33)

ITENS NOS QUAIS ATUEI ESPECIFICAMENTE NESTE PRIMEIRO ANO DE MANDATO:

1. SUDENE
• Ação pessoal do Governador
Encareci ao Sr. Governador a indispensabilidade de sua presença em Recife, na Sudene, e quando ele foi, para o primeiro contato com a Sudene, em Recife, em reunião do Conselho Deliberativo, acompanhei-o, assessorando-o .
• Reunião do Conselho Deliberativo. Atuei desde o início, em contatos com Recife e Belo Horizonte, participando das reuniões preparatórias, sugerindo providências, recebendo e hospedando autoridades e assessores.
• Veto do Presidente à extensão da área poligonal. Atuei junto às bancadas, certificando-me antecedentemente de nossa vitória. Comuniquei ao Governador qual seria o resultado e ao ele dizer-me que eu estava trabalhando com interesse regionalista, respondi-lhe que era o contrário, ele, sim, no interesse regional mineiro, quanto a mim, cuidava do interesse nacional, coincidente com o de minha região, pois se a área do Polígono fosse ampliada a Sudene se esvaziaria com prejuízo para toda a Nação.

2. DISTRITO INDUSTRIAL – Obtive do Senhor Governador o compromisso de destinar 500.000 de letras do Tesouro para sua implantação. Brevemente mandará mensagem à Assembléia, já estando o Conselho do Desenvolvimento ciente dessa resolução.

3. REFORMA DE ESTRADAS – Obtive com o Diretor do DER autorização para reparos em 600 km. de estradas municipais, fora de Convênio, sem despesas para os Municípios. Já foram feitos 150 km. desse serviço, correspondentes ao primeiro ano.

4. GREVE DE PROFESSORAS PRIMÁRIAS - Quando mais intensa era a greve e mais radicalizadas estavam as posições, levei um grupo de líderes grevistas a Belo Horizonte e mantivemos entrevistas com o sr. Secretário da Educação e com o Sr. Governador do Estado, acabando-se o movimento na maior harmonia, sem maiores prejuízos para a classe estudantil, sem punição para as grevistas, reconhecidas que foram as suas razões para os atos de quase desespero.

5. RECEPÇÃO A VISITANTES – Por ocasião da realização da Reunião do Conselho Deliberativo da Sudene em nossa cidade, a 22 de setembro último, graves eram as expectativas a respeito da recepção popular ao sr. Governador do Estado e a seus ilustres colegas Governadores de outros estados e demais ilustres visitantes. Falava-se em vaias e apupos e os mais moderados tinham como certa a indiferença da população pela visita.
Trabalhei como devia trabalhar. A responsabilidade de criar condições próprias a uma recepção pelo menos aceitável era minha e eu a aceitei. Quando insisti em programar a concentração estudantil nas ruas, a assessoria da Prefeitura e a própria assessoria do Palácio quiseram dissuadir-me, mas insisti e ainda recusei que a Prefeitura decretasse feriado. Consegui que os professores que lideravam o movimento grevista lançassem uma proclamação pelo rádio convidando os alunos e pais de alunos para receberem em ordem e com entusiasmo os nossos visitantes e consegui ainda que eles próprios comparecessem ao Aeroporto e ali prestassem uma homenagem ao Sr. Governador, o que foi uma das notas mais bonitas e elevadas da reunião, ensejando ao Sr. Governador a encaminhar-se para a cidade com redobrada confiança.
O resultado, todos presenciaram. Foi a melhor recepção que o Governo teve, até então, no interior do Estado. Daí para cá Montes Claros cresceu visivelmente na amizade e na admiração do Sr. Governador.

6. VISITA DO VICE-GOVERNADOR - Tivemos a visita do sr. Vice-Governador, Dr. Pio Soares Canedo, o qual afirmou à imprensa que viera em visita à minha pessoa e à minha família.

7. ENCONTRO DO PRESIDENTE DO BDMG COM AS CLASSES PRODUTORAS – Já referido anteriormente e realizado por minha inspiração, desfez a impressão negativa que estava se formando a respeito dos líderes de nossa cidade, que propositadamente eram apresentados como cheios de si e intratáveis, contrastando com as lideranças de outras cidades do Polígono que também reclamavam as atenções do BDMG para seu desenvolvimento.
A atual direção do BDMG também reconhece em Montes Claros a liderança do Polígono e tem o melhor conceito da cidade e de seus líderes.

8. DESAPROPRIAÇÃO DA LAPA GRANDE E DA LAPA PINTADA – Já obtive a autorização por escrito, do Sr. Governador, para a lavratura do decreto de desapropriação, estando na dependência de detalhes a serem oferecidos pela Prefeitura.

9. EMPRÉSTIMO DO BANCO HIPOTECÁRIO À PREFEITURA – Solicitei o empréstimo, que já foi concedido, no importe de NCR$100.000,00 e consegui ainda que fosse retirada do contrato respectivo uma cláusula que a Prefeitura considerava inconveniente aos seus interesses.

10. IPSEMG – Consegui a criação de Departamento Médico-Dentário do IPSEMG, para atendimento aos servidores do Estado, já estando nomeados os médicos e os dentistas. Nada falta para a inauguração dos serviços, que ocorrerão a qualquer dia próximo.

11. INSTITUTO ESTADUAL DA FLORESTA – Consegui a criação e instalação de uma Delegacia e bem assim local (Escola de Menores) para a produção de mudas, as quais já estão sendo distribuídas gratuitamente aos interessados.

12. LAVANDERIA POPULAR – Levei ao conhecimento do sr. Prefeito o que vi em Itapetinga, na Bahia, e divulguei a solução ali encontrada mediante a instalação de tanques junto a uma creche modesta mas perfeitamente em condições de atender às necessidades da mãe de família proletária em sua tarefa de lavadeira. A Prefeitura aproveitou a indicação e já mandou ou vai mandar enviado a Itapetinga estudar o modelo para sua adaptação e implantação em Montes Claros.

13. SECRETARIA DE GOVERNO EM MONTES CLAROS – Não se trata de dar uma Secretaria de Governo a um representante de Montes Claros, mas sim de criar uma Secretaria ou órgão administrativo de igual nível e instalá-lo em Montes Claros. Constitui uma pretensão inédita, quase inconcebível e sem dúvida ousada. Mas justa, merecida e exeqüível, quando expostos os motivos.
A idéia me ocorreu quando investigava as causas determinantes, maiores e menores, do diferente tratamento recebido da SUDENE pelo chamado Nordeste Brasileiro e pela Região Poligonal Mineira. O tratamento privilegiado dispensado ao Nordeste em detrimento da área mineira, começou no Primeiro Plano Diretor. Naquele Plano – pasmem-se! – a área nordestina teve 99,98% das dotações e a área mineira nada mais que a migalha microscópica de 00,02%. O Segundo e o Terceiro Planos Diretores pouco avançaram além disso e note-se que todas as correções que se faziam “a posteriori”, face a cortes de verbas determinados pelos chamados Planos de Economia, resguardavam os interesses nordestinos e abandonavam os de Minas.
Investigando e pesquisando, desde logo sem o propósito de inculpar pessoas, encontrei como causa principal a pouca consciência que Minas tinha de sua área poligonal e bem assim da importância da Sudene. Isso principalmente porque em Minas a capital político -administrativa do Estado se encontrava distanciada por cerca de 400 quilômetros da linha mais próxima do Polígono Mineiro e por assim dizer de costas voltadas para a zona das secas, com as atenções dirigidas para o Sul e para o Triângulo, para o Rio e São Paulo. Enquanto no Nordeste as capitais se localizam na própria área das secas, vivendo o ambiente do Polígono, sentindo-lhes os problemas e sugerindo e acompanhando de perto a atuação da Sudene.
Quando o Governo do Estado, em campanha recente, procurou conjugar esforços para estender a área de atuação da SUDENE em direção ao Sul, coloquei-me a favor do veto presidencial, contra a ampliação. Após a vitória dessa posição, levei ao Governo a idéia da criação da Secretaria para o Norte de Minas. Apoiando no argumento de que é indispensável a presença efetiva do Governo na faixa das secas. Se não foi possível a ampliação do Polígono até próximo a Belo Horizonte, indispensável se tornava instalar-se em Montes Claros, capital natural do Polígono Mineiro, um órgão de Governo de nível de Secretaria, para entender-se diretamente com o Governador, e representar efetivamente o Governo na SUDENE.

14. ENCHENTES – O impacto da tragédia ocorrida em nossa cidade e enlutando famílias amigas, nos atingiu amargamente com toda a sua violência, ao visitarmos o local, pouco depois do salvamento dos sobreviventes. Voltando à cidade, telefonei ao Sr. Delegado de Polícia, Cel. Atílio Fallieri, que se encontrava em Belo Horizonte, e solicitei ao mesmo que se encarregasse pessoalmente das providências junto às autoridades governamentais para a vinda de um helicóptero, de medicamentos e de reforços para o Corpo de Bombeiros, para proteção de todas as áreas atingidas. Foi providencial, pois sem essa atuação do Cel. Atílio Fallieri, que mantinha constante contato com o Delegado Substituto, Cap. Vasco Lacerda, o atendimento teria sido retardado. Na madrugada do dia seguinte, eu próprio segui para Belo Horizonte, para entender-me com a Ruralminas sobre providências de proteção às populações ribeirinhas, rio abaixo até a foz. Por funcionário meu, enviei na frente para avisar na Colônia da Jaíba e à população orientação sobre cautelas a serem tomadas (vacinas, antibióticos e malarígenos).
Em momento algum estive na disputa pela propriedade da enchente...

15. DELEGACIA REGIONAL DA JUNTA COMERCIAL para Montes Claros. Requeri e obtive a criação. No penúltimo dia do ano, no Palácio do Governo, o sr. Presidente da Junta, ex-deputado Hermelindo Paixão, informou-nos que a instalação se daria em 1968.

16. SECRETÁRIO DE GOVERNO – Soube que a imprensa da capital noticiou que o meu nome se encontrava entre aqueles sob estudo do Sr. Governador. Posso afirmar que não tenho a mínima pretensão neste sentido.

17. ÚLTIMO ITEM – Neste foi o em que mais produzi. Por omissão. Não mudei delegado de polícia, nem diretor de ginásios ou Escola Normal, nem delegada ou inspetora de ensino, nem médico de Centro de Saúde, nem nada. Amem.

(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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