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Mensagem: Deus é que sabe Manoel Hygino (Jornal ´Hoje em Dia´ O Rotary Club Francisco Sá e o Clube Social de Francisco Sá, realizadores da festa Brejeiro Ausente e Brejeiro do Coração, daquela cidade norte-mineira, concederam-me, em setembro, o título e o belo diploma de ´Brejeiro Ausente´. Este foi assinado por Mires de Fátima Soares Pena e Silva, presidente do primeiro, e Maria Hidée Antunes Coelho, presidente da segunda.Brejo das Almas é nome antigo. Agora é Francisco Sá, homenagem a um brioso homem público nascido na região, a que tanto deve, assim como o Brasil. Mas consagrado permaneceu Brejo das Almas, que já mereceu reverência e carinho da nobreza intelectual e artística brasileira.Drummond cantou sua musa em um livro memorável. Yvonne de Oliveira Silveira, presidente da Academia Montesclarense de Letras, e Olyntho da Silveira têm primoroso trabalho histórico e social sobre o município. Geraldo Tito redigiu lembranças sobre o Brejo e outros brejos da vida. Haroldo Lívio fez o mesmo, com seu talento e memória fabulosas. Paulo Narciso esconde seu amor na humildade.Antônio Dias, ali nascido, chegou à presidência da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, por todos os méritos, ocupando ainda outros importantes cargos públicos. Além de prefeito de sua cidade natal.É sempre vulnerável toda lista que se faça, sobretudo de um município rico em valores humanos, intelectuais e artísticos, que deixou descendência admirável, como Maria Luiza Silveira Teles, escritora de grandes virtudes e educadora reconhecida. Como virtudes tem também o irmão romancista.No Brejo esteve o velho e estranho louco, de procedência desconhecida como o próprio fim. Surgiu sujo, de roupas rasgadas, percorria as ruas sem incomodar e sem nada pedir. Pensativo e triste, parceria sofrer de alguma dor moral, não de loucura. Jamais esclareceu a mínima coisa sobre si mesmo, quem era, de onde viera e para onde ia. AA A resposta era única – ´Deus é quem sabe´, não se perturbando com as brincadeiras dos meninos malinos. Dava a impressão de um homem cansado dos homens, desiludido, desencantado.Em saudação a uma nova acadêmica, Karla Celene Campos, Vanderlino Arruda, em discurso iluminado, fez o elogio à autora de ´Ventos e Vivências no Brejo das Almas´. Um hino de louvor à cidade e a sua gente, seus costumes, tradições, alguma saga com a do padre Augusto à frente.Por que esse fascínio de um aglomerado humano tão distante dos brilhos das capitais? Por que outras maiores não foram brindadas com versos e cantares?João Cabral de Melo Neto, autor de ´Morte e Vida Severina´, numa entrevista à ´Folha de S. Paulo´, declarou: ´Quando saí do Recife, numa viagem de muitos dias e aventuras, com destino ao Rio de Janeiro, passei por uma cidadezinha por onde ninguém passou, nem mesmo Carlos Drummond de Andrade, apesar de a cidadezinha, no Norte de Minas e próximo a Montes Claros, ter o nome do livro do hoje considerado maior poeta brasileiro: Brejo das Almas´.Quem passa por ali, mesmo meramente por passar, não a esquece. A pessoa entra por suas ruas e ela entra definitivamente no coração e na memória. Que feitiço teria a cidadezinha?Karla Celene, uma voz autêntica e de rara beleza, não se sente no dever de esclarecer sua afinidade com o Brejo. ´A função do escritor não é esclarecer. Machado de Assis jamais esclareceu se Capitu traiu ou não Bentinho. Esclarecer cabe à jornalistas. O escritor, a exemplo dos filósofos, deve ´fazer pensar, sugerir, insinuar, incomodar, semear dúvidas, lembrar quê´O apreço do Brejo me vale muito, eu que tive ascendência por ali, nas redondezas da cidadezinha, tão preciosa para todos nós. Ela tem a essência da vida.
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