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montesclaros.com - Ano 26 - terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
 

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Mensagem: DESPEDIDA DE UM COMPOSITOR E CANTOR RAIZ. (*) Vítima de uma convulsão seguida de queda, às 9:30hs do dia 07 de fevereiro/25, ele finalmente fechou os olhos. Agora, sem o “Trem de Ferro”. A partir daí, começou a tristeza das SERRAS DE MONTES CLAROS, lugar onde o Agnaldo Pereira de Souza [Charles Boa Vista] sempre dizia ser lindo - “onde a noite engole o dia”. Amigos; familiares; escritores; artistas e historiadores foram para despedir do artista. Durante o velório, sua mãe Dona Zelita Pereira [Tia Nem] já cansada, esteve ao seu lado observando a urna tentando responder primeiro aos seus olhares de perplexidade até o último momento que antecedeu o sepultamento. Seu pai [Agenor Santana] era um instrumentista que animou vários carnavais em Montes Claros e cidades circunvizinhas, foi dele que “Charles” herdou a sua singeleza cultural. Charles Boa Vista não tinha mais a voz de outrora, contudo, continuava tocando a vida com gestos e perguntas, assim, despedindo (aos poucos) da sua vida neste plano terrestre. O Grupo Raízes, que no início dos anos 70 encantou o mundo musical, teve um início recheados de bons artistas (músicos; compositores e instrumentistas) – Lá estavam artistas raiz, como: Charles Boa Vista – Tino Gomes – João Batista (Joba) – Ângela Linhares (cearense) – Jorge Guimarães (Bodão) e um jovem “nissei” que não lembro o nome. Além da música, Charles Boa Vista foi o coordenador de uma das maiores diversões que o povo tinha nas periferias, o famoso “Circo dos Bairros”, onde anões, palhaços, equilibristas e cantores ofereciam seus shows aos olhos atentos das crianças e adultos. O interessante é que o Charles, convocava e ensaiava todos os artistas circenses – ambos funcionários da prefeitura. Por várias vezes, Charles Boa Vista & Maya alegravam as manhãs de sábado no “Quarteirão do Povo” – muitos aglomeravam perto do Café Galo e Lanchonete Cristal para apreciar os sons do violão e viola dando mais vida as vozes dos artistas. Ele [Boa Vista] foi, sem dúvida, um dos pilares da arte do nosso tempo, e parte da cultura do sertão do setentrião mineiro. Alguém essencial por muito tempo, uma eternidade; era um homem inquieto e multifacetado, que cultivou todas as artes, estas mostradas nas letras das músicas e habilidade com o circo. Todos aqueles que foram prestar condolências à família de Agnaldo Pereira de Souza (Charles Boa Vista), deixaram visível, não só sua admiração pelo artista, mas pela pessoa sem as vaidades de um artista. Todos concordaram ao descreverem a relação de Charles Boa Vista com seus contemporâneos e com as gerações da época do Grupo Raízes – geração que encantou com as entoadas gravadas. Charles Boa Vista foi referência, um pilar indestrutível para a cultura - para seus amigos e admiradores confessos. A mãe do Agnaldo Pereira de Souza [Charles], Dona Zelita Pereira [Nem] era TIA da minha mãe Dª Dorzinha Ponciano (da família Souza e Silva) do Riacho dos Machados e Grão Mogol - a amizade de ambas era fortemente visível, não pelo parentesco, mas, pela educação de Dª Zelita [Nem] ao relacionar as pessoas; minha mãe a admirava. Charles Boa Vista era um dos grandes da “terra da arte e da cultura”; embora não nos víssemos com muita frequência nos últimos anos – sempre ali no “Quarteirão do Povo” - não só eu - mas, todos frequentadores notaram que ele [Boa Vista] – embora não admitia - parecia que tinha esquecido o Agnaldo da família Pereira Sousa, e, este mesmo Agnaldo esqueceu o Charles Boa Vista; entregou-se facilmente, praticamente pedia aos “carregadores que hora é hora e o corpo quer ir embora”. Imagino que todos que foram ao velório, sentiram numa situação de profunda impotência. Aquela impotência que sentimos quando alguém que apreciávamos e, ao mesmo tempo, admirávamos, ele com tanta inteligência e cultura - provido dos esforços da família, não cuidou da sua saúde para ficar mais tempo nos palcos artísticos. Montes Claros VII - II- MMXXV (*) José Ponciano Neto é Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros -IHGMC e Acadêmico (Diretor Financeiro) da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas – Colunista Literário do Site: montesclaros.com / 98,0 FM – Colaborador Novo Jornal de Notícias.

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