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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Brasiliano Braz

Há pessoas que através da palavra escrita conseguiram a imortalidade. Meu pai – Brasiliano Braz – é uma delas. Ele é Patrono da Cadeira nº 18 do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, da Cadeira nº 36 da Academia de Letras do Noroeste de Minas (Paracatu) e da Cadeira nº 01 da Academia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco. Não precisamos escalar os píncaros das altaneiras montanhas nevadas pelo caldo da cultura para neles encontrar os que se imortalizaram pelas suas obras ou pelos seus feitos memoráveis, durante a curta passagem pelo planeta Terra.
Com Wanderlino Arruda e Dário Cotrim participei, no ano passado, na cidade de Matias Cardoso, de uma reunião da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Estado, que teve por objetivo, em apoio ao Projeto Catrumano, fixar o reconhecimento de ser aquela localidade a mais antiga povoação do homem civilizado nas terras de Minas Gerais.
Escrevendo sobre “As origens da ocupação e do povoamento do Norte de Minas”, João Batista de Almeida Costa destaca os historiadores Diogo de Vasconcelos (1900), Urbino Viana (1935), Affonso de Taunay (1948), Brasiliano Braz (1977) Salomão de Vasconcellos (1944) e Simeão Ribeiro Pires (1979). Por outra via, Eduardo Rodrigues da Silva, em “Bandeirante Matias Cardoso e a Ocupação do Norte de Minas” destaca que “A respeito das doações de sesmarias, Brasiliano Braz afirma que (...) havia fortes razões de ordem administrativa e política que justificavam a doação de grandes patrimônios territoriais a determinadas famílias cujos chefes, elevados assim à condição de verdadeiros potentados, representavam a força do rei, no sertão sem lei, sem policiamento e sem outra autoridade”. Todos os historiadores que sobre o assunto escreveram após 1977, com o fim de descobrirem ou estabelecerem fatos relativos à história da região, citam textualmente, como fonte fidedigna, o nome de Brasiliano Braz.
O historiador Brasiliano Braz foi parte viva da história do município de São Francisco/MG, que ele tão bem escreveu no seu livro “São Francisco nos caminhos da história” e com a qual se identificou nos últimos cinquenta anos de sua vida. Ele é natural de Brasília de Minas (Sant’Ana de Contendas), onde nasceu nos últimos anos do Século XIX, ou mais precisamente no dia 09 de junho de 1897, mas, empurrado pelas mãos de Aisa o mensageiro homérico do Destino, com sete anos de idade, órfão de pai e mãe, transferiu-se para a então insegura terra de São Francisco/MG, ainda conhecida por Pedras dos Angicos. Em Brasiliano Braz, que ali chegou na aurora do Século XX, o líder já se antecipava ao jovem que aspirava crescer, que já buscava, desde a infância, avaliar o que existia por entre as capas de tantos livros quantos encontrasse em seu percurso de vida, fundindo os alicerces culturais, que haveriam de sustentar o autodidata do futuro, e marcariam precocemente sua personalidade. A predestinação, a firmeza de propósitos, a coragem e a fidelidade aos amigos fizeram dele um líder cuja força e poder somente no ancião foram abrandados. A consideração pública, afirmou Péricles na clássica Grécia, “só pode ser obtida pelos que têm talento e probidade”. O talento cultural de Brasiliano Braz fez dele o historiador; sua probidade, que se originou de sua integridade moral, criou o líder incontestável. Ele foi Prefeito Municipal de São Francisco de 1947 a 1950 e, depois, vereador em três legislaturas e líder político do município por muitos anos.
O homem público abriu espaço ao historiador e em 1977, ano em que a cidade comemorou seu centenário, Brasiliano Braz, numa demonstração de seu amor sempre presente à terra de São Francisco, e numa comprovação pública de sua invejável cultura humanística, acumulada no correr dos anos, publicou a sua insuperável obra: “São Francisco nos caminhos da história”.
Sobre ele disse Cândido Canela: “As gerações futuras saberão admirar a obra e reverenciar daqui a cem anos, ou mais, a memória de Brasiliano Braz”. Hermes de Paula atestou: “Feliz a cidade que tem filhos deste gabarito”. José Campomizzi Filho informou: “Realmente, a contribuição de Brasiliano Braz para a história desta província é importante demais”, Cantídio de Freitas disse: “Brasiliano Braz: uma das reservas morais do Norte de Minas” e Sylo Costa declarou que ele foi “o maior político do Norte de Minas”.
Ele faleceu pobre, mas com honra, no dia 24 de abril de 1989, tendo sido sepultado no Cemitério da Saudade, em São Francisco/MG, onde dorme o sono eterno da imortalidade.

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