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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: NÃO AO SUPERSALÁRIO - Luiz Ribeiro - O supersalário dos vereadores de Januária, a 603 quilômetros de Belo Horizonte, no Norte de Minas, está na mira da população e do Ministério Público Estadual. Os 10 parlamentares recebem mensalmente R$ 7.650, sendo R$ 4,9 mil de subsídio e R$ 2,7 mil de verba indenizatória. Moradores do município de 64,9 mil habitantes estão organizando um abaixo-assinado para exigir a redução do salário. O documento será entregue ao presidente da Câmara Municipal. Mensalmente, a Casa faz duas sessões ordinárias, o que equivale a R$ 3.825 por reunião. Pode-se considerar que os vereadores januarenses estão entre os mais bem pagos do país. Desde domingo, o Estado de Minas mostra que a produtividade dos legislativos municipais nem sempre condiz com os altos salários. Paga-se muito e os benefícios para a cidade são poucos. A verba indenizatória dos vereadores de Januária está sob suspeita. O Ministério Público abriu procedimento para investigar a aplicação do uso do dinheiro, a pedido do prefeito Maurílio Arruda (PRTB). Numa situação inusitada, o prefeito – que tem maioria na Câmara – diz que sua intenção é “ajudar” os vereadores a aplicar corretamente os recursos públicos. Questionado se a solicitação que fez ao MP não poderia ser interpretada como retaliação ao Legislativo, Arruda respondeu: “Pelo contrário, o meu objetivo é apenas otimizar a aplicação em defesa do interesse público.” O prefeito tem um dos maiores salários do estado: R$ 15 mil, ultrapassando o subsídio do presidente Lula (R$ 11,4 mil) e do governador Aécio Neves (R$ 10,5 mil). Apesar de garantir que não recebeu nenhuma denúncia apontando suspeita de desvio da verba de gabinete, o prefeito afirma que o pedido de investigação está dentro de um pacote de medidas que visam a garantir a aplicação correta de dinheiro público no município. Nos últimos cinco anos, Januária virou notícia nacionalmente devido a denúncias de desvio de dinheiro público e outras irregularidades. Desde o fim de 2004 houve sete trocas no comando da prefeitura, sendo cinco motivadas por denúncias de corrupção. Nesta semana, o Ministério Público Federal entrou com representação contra três ex-prefeitos por envolvimento com a máfia dos sanguessugas, esquema fraudulento de venda de ambulâncias a preços superfaturados e pagas com recursos de emendas orçamentárias. O promotor Felipe Gomes, da comarca de Januária, confirmou que recebeu o pedido do gabinete do prefeito e que abriu procedimento para verificar como está sendo aplicada a verba de gabinete pelos vereadores. Ele solicitou à presidência da Câmara Municipal que envie ao Ministério Público documentação que comprove o uso da verba, destinada ao custeio de despesas como gasolina, telefone e correspondências, além de pagamento de assessores contratados pelos vereadores. Foi dado prazo de 10 dias ao Legislativo para responder ao questionamento. O promotor quer averiguar se a verba está sendo usada devidamente. Ontem, o EM tentou falar com o presidente da Câmara, Adelson Batista Magalhães (PMDB). Mas sua assessoria informou que ele estaria em Belo Horizonte. Adelmo também não atendeu o celular. O vice-presidente Manoel Messias Rodrigues Passos (PRP) também não foi localizado para falar sobre o assunto.

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