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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 1 de novembro de 2024
 

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Mensagem: DUAS ONÇAS NO QUARTEIRÃO DO POVO

Dizem os supersticiosos que o mês de agosto é o mês do desgosto, da ventania, do sol a pino e dos grandes acidentes. Pareceu-me ser mês do viço dos caçadores de onça! Neófitos nas caçadas, garbosos tomadores de cachaça Viriatinha que vão para a mata nos fins de semana e quando voltam alardeiam as suas proezas em caçadas sempre aumentando.
Um dos pontos que vem se destacando na cidade é o Quarteirão do Povo, onde o mando de campo é do famoso contador de inverdades Paulinho Relojoeiro. Dia desses o nobre advogado Juvenal, notório caçador de fins de semana, relatou uma estória em que a caça o apanhou desarmado.
Transitava em direção ao curral com o bridão em mãos onde selaria um bom cavalo alazão ao passar em baixo de uma gameleira caíram folhas secas em sua cabeça. Assustado, pois não ventava em Salinas naquela tarde, olhou para cima e o que viu o deixou estupefato, num misto de medo e de excitação!
Atravessada em um galho da gameleira e a observá-lo atentamente, os dois grandes olhos de uma fera pintalgada! Juvenal, como é temente das coisas de Deus fez em voz baixa a citação do salmo 97 do Livro de David. Continuou o seu percurso rumo ao curral com as pernas bambas, pois nessa ocasião, não portava sequer um simples canivete Corneta para se defender.
O passo trôpego, como exigia a ocasião aterradora, andou em linha até à curralama. A onça, uma Maçaroca cara de velha confiante na sua superioridade em força, destreza e velocidade de ataque, continuou andando do outro lado da cerca, sempre emparelhada com o nosso Juvenal. Mais parecia gozar do desespero da sua possível e quase certa vítima!
A mão de Deus, entretanto, estava do lado de Juvenal! Logo à frente, um leitãozinho passou correndo cruzando a frente da pintada. Premida seletivamente pela lógica racional do melhor sabor, a maçaroca deu o pulo, abocanhou o pequeno quadrúpede e gramou o beco para a mata onde, decerto, fez uma lauta e deliciosa refeição tupiniquim…
Puro poder do salmo recitado, que ensejou tal milagre!
Já o Chaplim Ourives, que tem sala no mesmo quarteirão exatamente na galeria do Jerry, relata ter estado em uma caçada de onça na localidade denominada Boqueirão. Fez a sua espera, arriou a matula, cobriu tudo com folhas verdes camuflando a toca da espera e, já bastante cansado, relaxou para tomar um gole da branquinha.
À espera, um pequeno jumento estava previamente amarado a uma árvore pelos pés, por grossa cora em cima de um fosso, onde a pintada decerto cairia após dar o pulo, na isca. Apurou os sentidos e, de súbito, uma onça das grandes deu um esturro tão alto que mais parecia cardam rompidos de caixa de Opala!
O jumento deu um gemido de dar dó e verteu água pernas abaixo antevendo morte próxima.
A fera, como no relato anterior e sob a égide da coincidência, preferiu abocanhar o jumento deixando, assim, Chaplin de lado. Este que é cobra mais do que criada em caçadas de onça e similares, ficou na dele. Deixou a onça dar o bote no jumento, o que foi feito fora do buraco que servia de armadilha.
Quando a onça desalmada deu a primeira mordida na coxa do jumento, arrancando, assim, um bom naco de carne vermelha foi que Chaplin fez o primeiro disparo, usando, para a ocasião espingarda cartucheira espanhola, mocha 16. Uma tremenda pregaça de chumbo grosso no vazio do animal! Com o impacto produzido pelo disparo, a onça veio no rastro da pólvora em cima do Chaplim.
Ele que não é nada besta, deu o segundo disparo, dessa vez bem no meio da testa da caça. Foi urro de dor! A bicha (do mato) rolou, deu saltos, se ajumentou na casca de uma árvore e arrancou cavaco para todo lado!
Chaplim experiente que só e vendo a coisa ficar preta para o seu lado deu no pé ocasião em que borrou as calças na cena laxativa e grotesca.
Chegando a sede da fazenda onde estava hospedado um peão ao notar as suas calças sujas de dejeto gozou: Hei Chaplin… Parece que você sujou as calças de medo!
Chaplim, caboclo experiente vendo a coisa preta para o seu lado, deu no pé, ocasião em que borrou as calças numa cena laxativa e grotesca…
Chegando a sede da fazenda onde estava hospedado, um peão ao notar a sua calça suja de dejetos gozou: Hei Chaplim! Parece que você sujou as calças de medo!
Chaplim, irritado, respondeu em cima do pedido: com uma onça daquela em minha direção, você queria que eu agachasse no chão para fazer necessidades. Fiz o que pude..!

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