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montesclaros.com - Ano 26 - quarta-feira, 23 de abril de 2025

M. Claros e o papa que partiu: “Foi uma emoção grande. Ele não falava inglês. Eu não falava espanhol. Por isso, foi tudo em “portunhol”

Quarta 23/04/25 - 13h57

10h30m, quarta-feira, do jornal Estado de Minas:

Mineiros relatam a emoção do contato que tiveram com o papa

Os "privilegiados" de terem se encontrado com o papa Francisco de "pertinho" guardam na memória o sentimento de carinho e as bênçãos do sumo pontífice



Luiz Ribeiro


O carisma, o afeto e o carinho do papa Francisco, que morreu na segunda-feira (21), são guardados para sempre na memória daqueles que tiveram a oportunidade de encontrá-lo. Uma das “privilegiadas” por ter visto o papa de “pertinho” é a médica oncologista Priscila Miranda, presidente da entidade filantrópica Associação Presente de Apoio aos Pacientes com Câncer, de Montes Claros, no Norte de Minas.

“Foi uma emoção grande. Ele não falava inglês. Eu não falava espanhol. Por isso, foi tudo em “portunhol”. Então, foi um sentimento maravilhoso, de que eu estava diante de um ser humano mais divino do que humano mesmo”, afirma a médica. Ele teve uma audiência com Francisco, no Vaticano, em 19 de junho de 2019.

Priscila afirma que a audiência com o líder da Igreja Católica foi marcada quase por acaso. Ela disse que ministrou a palestra de abertura de um evento para cerca de 800 enfermeiros, em São Paulo. Na abordagem, perguntou o que cada participante faria ou pediria se soubesse que só teria mais 30 minutos de vida.

Ao participar de um jantar após a palestra, relata a oncologista, um dos presentes a questionou qual seria seu desejo caso só tivesse mais meia de vida. “Eu falei: ah, eu queria apertar a mão do papa. Uns 10 dias depois, eu recebi um contato do Vaticano, que uma pessoa que estava na mesa conhecia uma amiga, que tinha uma amiga que trabalhava no Vaticano”, descreve Priscila.

Ela relata que, atendendo o pedido da interlocutora, enviou ao Vaticano um portfólio da Associaçao Presente, que presta assistência gratuita aos pacientes com câncer de baixa renda e mantém o Hospice Jesuina Rosa Silva, com 12 leitos destinados a cuidados paliativos de pacientes em estado terminal. Assim, foi agendada a audiência com o papa.

A mineira guarda para sempre as lembranças do encontro com o papa, que durou cinco minutos, tempo que recebeu o desejado aperto de mãos e as bênçãos do pontífice. “Eu acho que o papa Francisco era a pessoa que trouxe o nosso olhar para o outro, para a fraternidade, para a gente não olhar para o nosso próprio umbigo, encontrar sentido mitigando o sofrimento do outro. Ele resgata isso da humanidade. Então, a minha impressão é essa”, afirma a médica.

“Ele (Francisco) teve um “gran finale”. Morreu no meio de todos menos de 24 horas depois a Semana Santa, agradecendo e tornando-se partícipe do universo. Enfim, deixou um grande exemplo para a humanidade”, conclui Priscila Miranda.

Após a morte do papa Francisco, a dirigente da entidade filantrópica escreveu uma mensagem dirigida a ele, publicada nas redes sociais. No texto, ela fala do exemplo do pontífice e relembra do seu encontro com o líder da Igreja Católica. “Como alguém que busca seguir Cristo, sou muito grata por ter vivido no mesmo tempo que o Senhor. Ter recebido sua benção “in persona Christi” em 2019, tomada de choro e emoção ao estar diante de você, do seu sorriso farto, da sua alegria de falar de futebol, de partilhar sobre meus sonhos para Associação Presente, e rirmos da nossa comunicação criativa em portunhol”, registrou.

“Você amou a humanidade sem reservas. Caminhou com Jesus até o fim. Quebrou protocolos do papado e abraçou a vida simples, o pobre, o excluído, lavou os pés dos presos, deu voz aos doentes (em especial aos na fronteira da vida), defendeu como um gigante a familia e seus valores: foi ternura e firmeza ao mesmo tempo”, afirma Priscila Miranda, que é devota do Santo Padre Pio e de Santa Teresinha.

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