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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: MONTES CLAROS DE ONTEM E HOJE

José Prates

Pelo noticiário veiculado na imprensa local, tomamos conhecimento das dificuldades para organização do trânsito numa Montes Claros de ruas estreitas que não suportam o volume de carros que aumenta a cada dia. Essas ruas estreitas são o passado que ninguém vai mudar porque ali fincou pé, resistindo ao progresso que lhe tenta desfigurar. Passeios estreitos que estavam sempre vazios, foram tomados sem preparo, por gente apressada, no corre-corre da vida agitada do povoado que virou metrópole. Aquelas ruas estreitas que não cabem tanto carro que lhe tenta cruzar, são o berço da tranqüilidade de ontem, ferido e desmontado pelo que chama de progresso, destruidor da poesia do passado, deixando, apenas, os fraguimentos que guardamos na lembrança. “O passado tem suas lições para o presente: a maior delas é a dimensão humana e ecológica de suas construções. Tem que ser integrado ao dia a dia de cada um não como a lembrança isolada de um tempo morto, mas fazendo parte, ativamente, da vida coletiva” (A CIDADE SUBSTITUIDA – H. Dobal) É isto que acontece nos grandes centros? Em alguns, infelizmente não. Sem o preparo para integrar-se à vida coletiva no estado atual, a coisa do passado transforma-se em estorvo para o desenvolvimento da atividade coletiva. Ninguém pensa em deixar aquela ruazinha estreita e mal calçada, sossegada no seu canto, servindo apenas, de lembrança para o vovô sossegado em sua cadeira de balanço, no alpendre da casa, vendo a banda passar: quer suá-la, mesmo sem condições, no seu locomover .. No ano passado, em junho, estive em Sacramento capital da Califórnia, EE.UU. Fiquei maravilhado com Sacramento Velha – “Old Sacramento” diz a placa na entrada do bairro – Ali nada mudou. Foi tudo conservado no seu estado original: os passeios de madeira; a estação de diligências; o velho trem de ferro; as casas. Tudo mostra o passado do “velho oeste” A Sacramento nova de avenidas largas e bem arborizadas, exalando um perfume agradável ao transeunte, foi edificada para atender ao progresso que chegava, preservando, porem, tudo que era antigo, para não destruir a identidade do lugar. Montes Claros teve oportunidade de procedimento igual nos idos anos cinqüenta com a urbanização da Vila Guilhermina, Malhada dos Santos Reis e tantos outros que ontem eram distante e hoje estão no centro da cidade. Por que não procuraram estender a cidade para esses lados abrindo ruas e avenidas que viessem atender à demanda do trânsito que já dava sinal de desenvolvimento, deixando como estavam as ruas antigas como a dr. Santos com seu comercio ativo e residências centenárias? Essas ruas não foram abertas para circular automóveis, mas carroças, charretes e carros-de-boi, naquele tempo do Montes Claros que saindo do arraial das formigas, surgia com vocação de liderança. Será que os administradores nos anos cinqüenta tinham a mesma idéia de progresso dos administradores do antigo arraial? Pensavam pequeno, embora Montes Claros já fosse grande, assumindo sua posição de liderança no norte de Minas, mostrando um desenvolvimento que exigia reformas em todos os aspectos de cidade? Terreno existia e, hoje, com as dificuldades que se apresentam, principalmente no transito, chegamos à conclusão que os administradores de ontem nunca pensaram no seu amanhã que é o nosso hoje.

(José Prates é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros de 1945 a 1958 quando foi removido para o Rio de Janeiro onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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