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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Recordações da Rua Afonso Pena

Numa de suas esquinas, a placa em ortografia antiga retrata uma época distante: a longa história que se fez passado em suas calçadas desgastadas, nos portais antigos de algumas construções que ainda desafiam o tempo!
Atualmente falar desta via tão importante de Montes Claros implica em dizer que ela é uma das poucas avenidas que desafogam o conturbado trânsito do centro da cidade.
Mas, para uma grande parcela de pessoas que ali conviveram por várias décadas, ela traz recordações de uma época saudosa que se foi.
A velha Rua “ AFFONSO PENNA”, empoeirada e provinciana, abrigava uma comunidade harmoniosa que, com o correr dos anos se desfez, embora lá ainda permaneçam algumas daquelas famílias tradicionais.
Ao passar por suas velhas calçadas, um mundo de lembranças nos invade. Uma nuvem de poeira vermelha envolve-nos de novo e, em meio à nevoa do tempo nos transportamos até os anos 50.
Moravam ali, famílias com vários filhos. A vida pacata retratava o estilo interiorano de nossa cidade apesar da evolução que já se fazia sentir.
Residiam na “Afonso Pena” entre outras famílias: do Seu Afonso Guerra, do Seu Zé Maria Pimenta, Seu Gama,Seu “Cocó, Seu Pitiu, os Maias, Guimarães, Canelas, os Barbosas, Tupinambás, Seu Chico Pimenta, D. Delzuita, Seu Ducho, Seu Jaime Leite.
Naquela época não se falava ainda em televisão por aqui. A meninada tomava conta da rua desde as primeiras horas da manhã. Surgiam as mais diversas brincadeiras (e brigas também). Brincávamos de roda, pegador, chicote queimado, queimadinha, etc.
Mas, o ponto de encontro preferido da turma era o quintal de Seu Ducho. Era um quintal enorme, onde se podia saborear suculentas mangas e correr em todas as direções. Lá eram organizados circos, teatros, horas de leitura, aulas de desenho. (Guilhermina Lúcia era a professora). Raimundo Colares começou ali os seus primeiros rabiscos.
No mês de junho na casa de Seu Ducho, rezavam-se o terço todas as noites (então as brincadeiras eram interrompidas). Dançavam-se quadrilhas na mais perfeita harmonia.
Nas noites quentes de lua clara, Seu Ducho assentava-se a porta da casa e, do seu famoso bandolim eram arrancados acordes de serenatas acompanhados pela vizinhança que aos poucos ia chegando.
Numa das esquinas da rua, localizava-se a vendinha do Altamiro, ponto obrigatório da criançada, onde gastávamos nossas moedinhas (que valiam tanto!),na compra de deliciosos docinhos de coco e leite, cajuzinhos de amendoim que tinham um sabor especial, o sabor da própria infância.
Hoje, entre as muitas transformações da rua, notei que a vendinha preferida desapareceu e, junto com ela a turma alegre de criança, que se tornou adulta. A maioria casada e com filhos. Entre os moradores mais velhos, muitos já se foram.
Às vezes a gente ainda encontra os velhos amigos em algum lugar da cidade; é hora de relembrar aquela época tão boa, a convivência que hoje já não se tem mais!
A névoa do tempo se dissipa e voltamos a realidade! Não há mais poeira: carros transitam velozmente pela rua agora asfaltada. .Não há lugar para as brincadeiras. As casas antigas cruelmente derrubadas, vão sendo substituídas por construções mais modernas, por outro estilo de vida.
E a Rua Afonso Pena segue registrando através dos tempos a sua longa história!

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