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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 1 de novembro de 2024
 

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Mensagem: “Moquinho” na Unimontes?

Waldyr Senna Batista

Têm saído nos meios de comunicação locais alusões a proposta da prefeitura à Unimontes para construção de estádio de futebol com capacidade para 18 mil pessoas no campus da universidade. Se foi noticiado e ninguém contestou, a informação deve ser procedente.
Consta que o prefeito Luiz Tadeu Leite teria chegado a esse formato depois de se convencer de que o município não dispõe de recursos, e nem tem como consegui-los, para a construção do denominado “Mocão”, aquela cratera gigantesca que está ali no bairro Delfino Magalhães há mais de 30 anos, consumindo recursos públicos e “bombando” campanhas eleitorais, inclusive as do atual prefeito.
Se o novo posicionamento for confirmado, pode-se afirmar que o prefeito estará acertando uma vez, ao se convencer da inviabilidade do “Mocão”, e errando duas vezes: uma, ao aventar a hipótese de construir estádio, mesmo que de menor dimensão(um “Moquinho”?); e, outra, ao escolher o campus universitário para sua localização.
Será mera ilusão contar com recursos do governo federal para essa aventura, principalmente agora que a Fifa vem de aprovar a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. A partir dessa decisão, os órgãos oficiais passam a direcionar suas atenções para o torneio internacional, com que esperam promover o turismo e empregos. Tolice seria imaginar que irá sobrar algum dinheiro para investimento dessa natureza numa cidade que não tem turismo e nem futebol, e que só verá a Copa pela televisão.
Apesar do aparente interesse do governo em ter a Copa no Brasil, quando o atual presidente não mais estará ocupando o palácio do Planalto, ele já deu mostras de que não pretende destinar recursos para montagem de infraestrutura nem em cidades onde haverá disputas. O recado saiu na coluna “Painel”, do jornal “Folha de S. Paulo”, segundo o qual “não haverá dinheiro federal para construir ou reformar estádios. As cidades-sede terão de viabilizar seus projetos com a iniciativa privada. A única ajuda nessa seara será na forma de linhas de crédito do BNDES, em condições ainda por definir”.
Mas o grande problema relacionado com o imaginado estádio municipal em Montes Claros não é apenas a inexistência de recursos. É também a estapafúrdia idéia de se utilizar área do campus da Unimontes para a pretendida construção. Não há ali espaço suficiente para isso e há dúvida quanto à autonomia da reitoria para dispor do patrimônio da entidade para essa finalidade. Talvez fosse assunto a ser levado a exame do governador do Estado.
Há que se considerar que a localização de empreendimento dessa envergadura comprometeria a estrutura da Unimontes e as áreas residenciais nas imediações, bastando imaginar que, se 10% dos torcedores decidirem comparecer ali de carro em dia de grandes jogos, seriam 1.800 veículos, que tumultuariam toda aquela parte da cidade, cujo acesso se dá por estreitas pontes sobre o rio Vieira. Seriam estrangulados os bairros Todos os Santos, Jardim Panorama, Vila Oliveira e até o Ibituruna. Sem falar nos ônibus e na multidão de pedestres que para ali se deslocariam.
Por fim, vale lembrar que, na primeira administração do prefeito Luis Tadeu Leite, quando se discutia a construção do ginásio poliesportivo, houve proposta de se implantá-lo no interior do campus. E o principal opositor da idéia foi o então prefeito.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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