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Mensagem: Já tudo pára nesta véspera de feriadão em Montes Claros, em virtude do aniversário da cidade, amanhã, 3 de julho. Até 1957, Montes Claros festejava os anos 32 como sua data de emancipação política, tanto que foram ruidosos, intensos, os festejos do centenário em 1932. Festeira como ela só, a cidade descobriu um novo dia patriótico em 1957, 3 de julho, dia da elevação da cidade, e passou a comemorá-lo - deixando de lado a antiga data.Criou-se até um fato inusitado: o dia da cidade e o dia do município, como se um fosse distinto do outro. Mas, o fato é que o feriadão de 3 de julho já pára a cidade. Antigamente, todas as atenções voltavam-se obrigatoriamente para o Parque de Exposições. Isto tem mudado, nos últimos anos, apesar de ser intensa a presença naquele local - agora transformado em ponto de shows. Os campos, a área gropastoril, o amanho da terra, sofreram uma transformação, para pior, nos últimos anos - depois do dinheiro dito Real. O endividamento cresceu, as propriedades perderam o seu viço, os velhos ruralistas e sua liderança incontrastável foram partindo, dizendo adeus, levando seus chapelões e sua graça. A riqueza regional, a do campo, que João Atayde queria ver desfilar de dois em dois anos pelo Parque, não é a mesma, diversificou-se até, evolveu-se de certa forma. Ali no parque, hoje, brilham as criações de outras regiões, embora a nossa ainda esteja presente, mas sem a mesma intensidade, a mesma integral proporção. O parque, o sítio, virou ponto de eventos, de shows, até para se auto financiar.Antes, cuidava de exibir o progresso dos associados, hoje, diante desta ausência, cuida - e faz bem - de manter-se em pé, de pé, à espera de melhores dias - eles virão, é certo. O ruído que produz um parque de shows subiu, e a vizinhança se abespinha. Os líderes atuais, herdeiros de longa tradição de trabalho, lutam como podem, bravamente, mas a situação prossegue adversa. Os juros para o campo ainda são muito altos e as terras passaram a ser cobiçadas por gente de muito fora, que aplica aqui a sobra do que ganha por outros mundos. Assim, segue a vida, nesta véspera de feriadão. Um dia, a tradição e a cultura do setor rural rebrotarão, pois ela, a cultura, é parte de todos nós. E está apenas adormecida. Adormecida. Voltará um dia.
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