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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Consórcio fura o 1º poço de gás em Minas em investimento de R$ 10 mi - Girleno Alencar Da Sucursal - Pirapora - O consórcio formado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e pelas empresas Orteng, Delp e Comp começa a perfurar, em setembro, o primeiro poço de gás natural na Bacia do Rio São Francisco em Minas, no Bloco 132, situado a Oeste da represa de Três Marias, que demandará investimentos de R$ 10 milhões, conforme anúncio ontem do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso, durante audiência pública promovida pela Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, no Centro de Convenções de Pirapora. O consórcio definirá a localização exata da primeira perfuração no próximo mês. Três municípios estão na lista: Morada Nova de Minas, Biquinhas e Paineiras. O consórcio, que já investiu cerca de R$ 9 milhões principalmente em geoquímica de superfície e em aquisição de sísmica, assinou o contrato de concessão em janeiro de 2006, sendo que o primeiro período exploratório se encerra em janeiro de 2010. No consórcio , a Codemig participa com 49%, a Orteng com 30%, a Delp com 11% e a Comp com 10%. Na terça-feira, a Agência Nacional de Petróleo assinou o contrato de concessão com a multinacional Shell, que venceu a licitação de outros cinco blocos que foram licitados no final do ano passado. O resultado da audiência deixou entusiasmadas as lideranças do Vale do São Francisco, que esperam ver a área transformada no “Texas Mineiro”. A geóloga Eliane Pettersohon, da Agência Nacional de Petróleo, explicou que os estudos atuais ainda não conseguem indicar o total da jazida no Norte de Minas, mas apontam que há indicativos de que possa ser explorada comercialmente. Até 2010, todas as empresas vencedoras dos 33 lotes deverão começar a perfuração dos poços para conhecerem o potencial das jazidas ou devolverem as áreas à ANP. Ela lembrou que a empresa OLM&S está com as pesquisas mais avançadas. Só a ANP investiu, até agora, R$ 59,4 milhões em pesquisas na Bacia do São Francisco, sendo R$ 42 milhões em dezembro passado para levantar os dados sísmicos. O presidente da ANP, Haroldo Lima, lembra que a decisão da multinacional Shell em adquirir alguns lotes é a demonstração do potencial da reserva de gás no Vale do São Francisco, estimada em 1 trilhão de metros cúbicos de gás. Estudos feitos pela ANP mostram que existem reservas de gás natural similares à do São Francisco, na Rússia, Autrália, China e em outros país, já em exploração. Codemig participa de outros blocos A Codemig participou também em consórcio, ao lado da Cemig, da 10ª Rodada da ANP, realizada em dezembro do ano passado, no qual apresentou as propostas vencedoras para a concessão dos blocos 104, 114, 120 e 127. Os contratos de concessão se iniciam agora em julho, com encerramento no primeiro período exploratório em julho de 2013. Para estes trechos, o valor previsto para investimentos deverá atingir um mínimo de R$ 15 milhões em aquisição de dados geológicos durante o período 2009 a 2013. Todos os blocos têm área aproximada de 3 mil quilômetros quadrados e abrangem vários municípios mineiros. Os blocos 120 e 127 ficam a Norte/Nordeste da Represa de Três Marias. O Bloco 114 tem em seu centro geográfico a sede do município de Pirapora, enquanto o Bloco 104 tem em seu centro geográfico a sede do Município de Ibiaí. O geólogo Ivo Trodtort Júnior, da Petrobras, disse que a empresa, em parceria com a inglesa British Petroleum está em fase de interpretação explorativa dos blocos que adquiriu para iniciar a perfuração até o final do ano. Ele lembra que o prazo de seis anos que a Petrobrás recebeu é pequeno para fazer estudos mais aprofundados, mas o contrato será respeitado. No ano de 1988, foram abertos poços em Remanso do Fogo e Montalvânia que apontaram a presença de gás. Até agora foram investidos R$ 30 milhões nas atividades e a meta é investir mais R$ 20 milhões na próxima etapa. O responsável técnico pelo consórcio mineiro, Renato Fonseca, afirma que os estudos já realizados são otimistas em relação à presença de gás na Bacia do São Francisco, conforme ficou evidenciado com a ocorrência no rio Indaiá. O consórcio delimitou a área de dois poços que serão perfurados. O pesquisador Celso Carvalho Magalhães, presidente da Georadar Levantamentos Geofísicos, está otimista com a exploração de gás natural na Bacia do São Francisco, pois, com mais de 20 anos de pesquisas na área, garante que as reservas são de alto potencial. “Desde quando a Petrobrás perfurou o poço em Buritizeiro e constatou a existência do gás, mas considerou inviável a sua comercialização, passei a atuar na pesquisa e, agora, os frutos começaram a surgir”, explica Magalhães. A mesma concepção tem Hannfried Schailler, da empresa Comp, que aponta uma boa convergência de gás na Bacia do São Francisco. A única dúvida existente é sobre a comercialização. “Estamos com o Bloco 132 para ser explorado. Temos consciência de que existe gás no local e os estudos indicam isto. O que precisamos é perfurar para saber exatamente o porte da reserva e se é financeiramente viável”, salienta . O presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, deputado Alberto Pinto Coelho, lembrou que a exploração das jazidas é um sonho acalentado por toda Minas Gerais e dará novo mapa econômico ao Estado. Para Coelho, o sucesso da exploração mostrará que, se Deus é brasileiro, ele é mineiro e ainda do Norte de Minas. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso, diz que Minas Gerais acompanha todo processo, dando apoio, mas prefere esperar os estudos, lembrando que, quando adolescente, pescou na Bacia do São Francisco e via a água borbulhar, entendendo que se tratava de muito peixe, quando, na realidade, era o gás já emanando. Para ele, a privilegiada posição geográfica da bacia ajudará a comercialização do gás que for produzido e promoverá a redenção da economia do Norte e Noroeste de Minas e Alto Paranaíba. O ex-deputado Genival Tourinho, que na década de 60 levantou no Congresso Nacional a questão da exploração do gás na Bacia do São Francisco, salienta que a viabilidade deste projeto transformará a realidade econômica do Norte e Noroeste de Minas, acabando com a pobreza que atinge vários municípios. No dia 17 de outubro de 2005 foi realizada a sétima rodada de licitação para pesquisa e prospecção da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). Em Minas Gerais, foi licitada a Bacia do São Francisco, com 128 mil quilômetros, divididos em 43 blocos, dos quais 39 foram comprados. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, a perfuração é o último passo para definir se Minas Gerais será, de fato, uma potência na exploração de gás, com a redenção econômica de municípios como Morada Nova de Minas, Biquinhas, Paineiras, São Gonçalo do Abaeté, Tiros, Buritizeiro, Santa Fé de Minas e Brazilândia de Minas, localizados nas regiões Norte, Noroeste e Alto Paranaíba.

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