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Mensagem: Um apelo nacional Manoel Hygino Prudência mais do que nunca. Eis o de que se precisa nesta hora em que os ânimos se exaltam nos meios políticos, e em que, mesmo usando terminologia respeitosa, demonstram estranheza entre si os próprios ministros da suprema corte de Justiça do país. Por mais que se queira amenizar seu estado de espírito, o cidadão deste país, o nosso país, acha-se perturbado pela sucessão de episódios que estigmatizam o período que atravessamos, sem previsão de fim. A desconfiança em torno dos homens que deveriam zelar, orientar e conduzir, no âmbito dos poderes da República, os destinos nacionais, se generaliza perversamente, embora os sinais positivos na economia. Não se poderá perder a oportunidade de corresponder aos horizontes favoráveis. Da situação, que se me afigura preocupante, se utilizam os aproveitadores de todas as horas e ocasiões, não simplesmente os instalados em gabinetes oficiais. As sucessivas rebeliões nos presídios são apenas um sintoma do clima instalado no país, mesmo com a evidente diligência de setores oficiais, prevenindo-se contra a ação dos fora da lei em nossas estradas e nas vias urbanas. Sofremos em permanente estado de medo, inclusive pela atuação incessante do chamado “novo cangaço”. Servem-se da situação os participantes de movimentos engajados na criminosa missão de tentar desestabilizar o que já se encontra abalado: o fechamento de ruas e rodovias, impedindo a livre circulação de pessoas, até em sua ida e vinda do cotidiano; a reincidência em ocorrências graves como as que, pelas chamas, tiram de circulação coletivos indispensáveis à locomoção das pessoas – sejam trabalhadores ou estudantes. Acalora-se o momento, por mais que se peça serenidade. Até quando o povo do Brasil suportará o fragor da ameaça insistente, não se pode saber. Como não se sabe, efetivamente, como se conseguirá devolver paz à sociedade brasileira, violentada pela sequência interminável de escândalos nas altas esferas da República, como jamais, em tempo algum, antes se vira e se pudera medir. Há de se extrair das entranhas dos dicionários o significado e sentido de palavras pouco usadas mais recentemente: dignidade, moral, honestidade, decoro, patriotismo enfim. Elas não podem permanecer como meros registros nos léxicos, com acepções se tornando crescentemente esquecidas da prática, aqui e agora. É dever inalienável e intransferível a adesão a essa mobilização, pessoal e geral, pelo bem da nação. O futuro está em nossas próprias mãos. Palavras, palavras, palavras, reclamava Shakespeare da verborragia insistente, sem amparo e sustentação em ações efetivas. Sei que se tornou extremamente difícil encerrar esse período de facúndia abundante e estéril. Há muito a se construir em país tão extenso e que pode ser fecundo em felicidade para um povo que continua sofrendo, mas esperando. A responsabilidade dos que detêm algum tipo de poder é essencial. Os cidadãos estão alertas e a História registrará, fazendo justiça a quem merecer.
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