Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 26 - domingo, 22 de junho de 2025

Maçarico no cesto teria ateado fogo no balão de ar quente que caiu neste sábado, causando 8 mortes. Embarcados foram orientados a pular. Extintor falhou, no ar

Sábado 21/06/25 - 18h28

Balanço sobre o balão de ar quente que realizava passeio turístico em Praia Grande, no sul de Santa Catarina, pegou fogo e caiu pouco depois da decolagem:

- Levava 21 pessoas — oito morreram e 13 sobreviveram.


- Entre os mortos estão mãe e filha: Leane Elizabeth Herrmann e Leise Herrmann Parizotto, médica em Blumenau.

- O médico oftalmologista Andrei Gabriel de Melo, natural de Fraiburgo, também morreu.


Segundo o piloto, o fogo teve início no maçarico auxiliar do cesto.

Ao perceber as chamas, ele conduziu o balão para perto do solo e orientou 13 passageiros a saltarem.

Em seguida, o balão perdeu peso e voltou a subir, resultando na queda com os oito ocupantes que não conseguiram escapar — alguns se lançaram para fugir do fogo.


Cinco sobreviventes deram entrada no Hospital Nossa Senhora de Fátima, com queimaduras de segundo grau e escoriações; nenhum apresentou fraturas graves.

A queda aconteceu na chamada Capadócia Brasileira, área cercada por cânions que atrai turistas para passeios de balão.

A atividade foi suspensa pela empresa responsável até que se esclareçam as causas.


BALANÇO

No final da tarde, o balanço indicava:

8 mortos no total;

4 pessoas morreram carbonizadas no cesto;

4 pessoas morreram ao saltar do balão;

13 sobreviventes;


***

15h13m, sábado, da Agencia Brasil:



Vítimas tentavam desembarcar quando balão voltou a subir, diz delegado
Entre os 13 sobreviventes, cinco permanecem em observação




FELIPE PONTES - REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL


O delegado-geral Ulisses Gabriel, chefe da Polícia Civil de Santa Catarina, confirmou que três pessoas que estavam no balão que caiu em Praia Grande (SC) foram encontradas abraçadas e carbonizadas ainda dentro do cesto da aeronave. Ao todo, o acidente deixou oito mortos, enquanto 13 sobreviveram.
“Dói na alma a cena de três pessoas morrendo abraçadas”, lamentou Gabriel, em uma publicação na rede social X.
Mais cedo, o delegado contou parte da dinâmica do acidente relatada à Polícia Civil pelo piloto do balão, que sobreviveu.
Conforme as informações preliminares, em meio ao princípio de incêndio no cesto, o balão desceu até perto do chão, quando 13 pessoas conseguiram desembarcar. Antes que as outras oito saíssem também, a aeronave voltou a subir de repente. Quem não conseguiu sair morreu com os ferimentos causados pelo fogo ou pela queda, ao saltar para fugir das chamas.
"O piloto e outras 12 pessoas conseguem sair do balão, mas outras pessoas não conseguem, e, novamente, o balão acaba subindo involuntariamente”, disse Gabriel à Rádio CBN. “A partir daí, quando ele [o balão] está numa certa altura, algumas pessoas acabam pulando desse balão. Três pessoas não pularam e acabaram morrendo abraçadas”.
As 13 pessoas que sobreviveram foram levadas a um hospital de Praia Grande, sendo que cinco permanecem em observação, de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
Vídeos publicados nas redes sociais por testemunhas do acidente mostram o momento em que alguns passageiros saltam do balão, antes de ele despencar em chamas.
O local em que o balão caiu, próximo a um posto de saúde em uma área rural de Praia Grande, segue sob perícia. Segundo informações preliminares da Polícia Civil, o acidente pode ter relação com um maçarico utilizado para iniciar a chama do tanque que esquenta o ar do balão.
Luto
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, publicou nota afirmando que “estamos todos consternados com essa tragédia. As equipes seguem prestando todo o apoio necessário às famílias”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também publicou nota oficial, lamentando as mortes e colocando o governo federal à disposição das autoridades estaduais e municipais.
Em nota, a Confederação Brasileira de Balonismo (CBB) lamentou o acidente e disse cooperar com as autoridades na tentativa de esclarecer os acontecimentos. "Neste momento de dor, nos colocamos à disposição das autoridades competentes para colaborar, dentro dos limites estatutários da nossa atuação, com qualquer informação técnica ou suporte que possa contribuir com os desdobramentos e investigações necessárias", diz o texto.
A entidade esclareceu que tem como objetivo fomentar a prática esportiva do balonismo, mas não tem competência para regular ou fiscalizar passeios turísticos em balões de ar quente.
"Neste instante delicado, nos unimos em respeito e sentimento às famílias enlutadas. Que encontrem força para atravessar este momento irreparável. Seguiremos atentos aos desdobramentos do caso e disponíveis para apoiar no que estiver ao nosso alcance, dentro das atribuições que nos cabem legalmente", diz o texto assinado por Johny Alvarez, presidente da confederação.
O município de Praia Grande, em Santa Catarina, é um dos principais destinos para quem busca passeios turísticos em balões, devido a condições geográficas e meteorológicas favoráveis e à proximidade de cânions de grande beleza cênica. Na região ficam os parques nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral. A cidade vizinha de Torres (RS) é reconhecida como a capital brasileira do balonismo.

Compartilhe
Siga-nos nas redes sociais