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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024

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Jornalismo exercido pela própria população

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Mensagem N°35705
De: Luiz de Paula Data: Sábado 31/5/2008 08:22:26
Cidade: Montes Claros/MG

(Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 16)

TAPERA

Nos restos da casa velha
- esteios, cacos de telha,
bem se pode adivinhar
cinza que já foi lume,
tristeza que foi perfume
solidão que já foi lar.

ZÉ DE JOÃO GRAVETINHO

O José, filho do João Gravetinho, era gago. Para falar. Mas não para cantar.
Éramos meninos da mesma idade. Na Fazenda de meu pai, andando pela estrada que ligava os retiros do Buritizinho ao do Cotovelo, nós jogávamos versos, um para o outro, no refrão de uma cantiga nordestina que era assim:
Ôi-tina, dôe-dolina, dôe-diá,
quero que você me diga
quantas penas tem cocá.

Ôi tem cocá,
dôe-tina, dôe-dolina, dôe-diá,
pinta preta e pinta branca
cada qual em seu lugar.

Em seu lugar,
dôe-tina, dôe-dolina, dôe-diá,
quero que você me diga
quantas estrelas tem no ar.

Ôi tem no ar,
dôe-tina, dôe-dolina, dôe-diá,
tem mais de 40 mil
se duvida, vai contar.

Ôi vai contar,
dôe-tina, dôe-dolina, dôe-diá,
quero que você me diga
quantos peixes tem no mar...

E assim prosseguíamos enquanto houvesse boa memória e inspiração. E chão para caminhar.

LEMBRANÇAS DE VÁRZEA

Ao volver o pensamento ao passado distante, forma-se em minha mente a imagem muda do casario do povoado, com a pequena igreja, em construção paralisada, aparecendo do outro lado da linha férrea. E ao fundo, o Morro, hoje Serrinha, do qual os irmãos mais velhos contavam casos de onças.
Ao norte, na saída para Jequitaí, ficava o Rio das Velhas, a um quilômetro do povoado, com o lendário de caboclos e mães d’água.
Mais adiante, rio acima, a Palma Velha. E o pântano, cercado de pindaíbas esguias e buritizeiros, no interior do qual, segundo diziam, havia cobras sucuris e jacarés.
Na saída para Pirapora havia a Ceva, do senhor Evangelista, o açude, o córrego do Lameirão, rico de matrinxãs e dourados e, do outro lado do córrego, os mistérios da mata do Anda-Sol.
Vindas de longe, nas distâncias do tempo, vão tomando forma novas lembranças.
Havia duas ruas, ambas paralelas à via férrea. Uma delas, no lado de cima da ferrovia, no começo dos campos gerais, ainda pouco habitada. E a outra, do lado de baixo. Era a rua das casas de comércio. Durante o dia era estrada de passagem de boiadas e tropas de burros. E à noite era o local para nossas brincadeiras de pique e de soldados. E para as cantigas de roda das meninas. Eu as revejo, as meninas do meu tempo, em seus alvos vestidos, à luz pálida do luar, a cantar de mãos dadas: “lá do céu caiu um cravo, de tão alto desfolhou, quem quiser casar comigo, vá pedir quem me criou.” Tão gentis, tão doces, tão puras. O que lhes terá dado, na vida, este mundo de Deus?
As ruas não tinham nomes. Os becos tinham: Beco de Zé de Melo, Beco de seu Tico, Beco de Atanázio, Beco de Biló. Todos saindo da rua principal em direção ao rio.
Na quaresma, quem acordasse noite alta ouviria a cachorrada nas ruas a latir os lobisomens...
Do outro lado do rio, a Serra do Cabral. E trinta léguas, ao longe, a cidade de Montes Claros, terra natal de nossa mãe, por ela sempre lembrada e apresentada como o melhor lugar do mundo.

III

A IDA PARA MONTES CLAROS

A VIAGEM

Aos 8 anos e meio de idade recebi meu diploma de segundo ano primário, da Escola Rural Mista de Várzea da Palma, alcançando o tôpo do ensino público da localidade.
Nesse ano, em fevereiro, morrera nosso irmão mais velho, o Geraldo, aos 18 anos. De tifo. A morte do Geraldo foi um acontecimento extremamente doloroso para todos nós. Sofremos todos. Demais. Mas minha mãe e meu pai foram os que mais sofreram. Geraldo era o filho mais velho e companheiro de meu pai, trabalhando lado a lado com ele, sempre alegre, jovial e bem disposto. Mais tarde compreendi que não só a perda do filho e companheiro o afligia, mas também o reconhecimento de que estava criando a família num clima inóspito e sem recursos médicos. Daí a sua resolução de mandar os três filhos mais velhos para Montes Claros, inicialmente para completarmos o curso primário.
E lá fomos nós – o Lauro, o Vicente e eu. Viagem a cavalo, de três dias, com o pai servindo de guia.
Cada um de nós ficou na casa de um tio e padrinho, matriculados, os três, no segundo ano primário, no Grupo Escolar Gonçalves Chaves, na rua Cel. Celestino, nº 75, único grupo escolar existente na cidade. Nós já tínhamos o diploma da Escola Rural de Várzea. Mas repetimos o segundo ano por estarmos chegando no meio do ano escolar. A professora era uma santa educadora, dona Lainha, esposa do advogado José Tomaz de Oliveira, dono do jornal “Gazeta do Norte”.

CASO DO ARROZ

Meu irmão Geraldo faleceu em fevereiro de 1926. Em julho, meu tio Basílio, irmão de meu pai, três anos mais velho, veio a Várzea visitá-lo. Com ele veio sua filha mais velha, Maria.
Os irmãos conversaram, durante aqueles dias da visita, sobre o clima de Várzea, que não era bom, e sobre a falta de escolas. No final, decidiram que os três filhos logo abaixo do Geraldo, o Lauro, o Vicente e eu iríamos para Montes Claros. E fomos, conforme fôra combinado. Viajamos a cavalo, durante três dias e chegamos à noite. Minha tia recebeu-nos muito alegre e afetiva e mandou fazer rapidamente uma panelada de arroz com carne. Ao servir, eu, muito encabulado, de cabeça baixa, e com vergonha até mesmo de existir e estar presente ali, respondi que não queria. Minha tia insistiu mas eu continuei recusando. Aí ela me perguntou:
- Você não come arroz?
Em desespero de causa, respondi:
- Não, senhora...
- Engraçado. Há crianças que não comem determinadas coisas.
Fui dormir sem nada comer. Dessa vez, permaneci em Montes Claros um ano e meio. Dos 9 aos 10 anos e meio. Sem comer arroz.

(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°35699
De: Sandra Data: Sexta 30/5/2008 21:23:35
Cidade: Montes Claros

Acabo de chegar em casa (Graças à Deus), depois de ficar na praça Doutor Carlos ouvindo palavrões de engraxates e esperando lotação no escuro da praça ouvindo barulho que vinha de uma carrocinha de som tocando coisas que não dá pra contar aqui, e bem no lugar que é ponto de referencia no coração da cidade. Vai ficar assim por quanto tempo?

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Mensagem N°35697
De: Janaína de Oliveira Cotta Data: Sexta 30/5/2008 19:25:44
Cidade: BH

Janaína de Oliveira Cotta
Consultora Regional Mkt
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
(31) 3217-1001
(...) Lançado hoje, 30/05, em Montes Claros, cidade localizada no norte de Minas, o Condomínio Residencial Itapuã, empreendimento habitacional que terá suas 256 unidades habitacionais financiadas pela Caixa Econômica Federal (...).terá um investimento médio de R$21,4 milhões, será construído no bairro Edgar Pereira, e terá 256 apartamentos a preços e condições de financiamento competitivos, divididos em 16 blocos de cinco pavimentos com 160 apartamentos de três quartos e 96 apartamentos de dois quartos. (...)O preço das unidades habitacionais varia de R$64 mil e R$109 mil.A previsão de realização das obras é de 24 meses, sendo responsável a empresa Tendência Engenharia. A Caixa Econômica Federal fará a comercialização e financiamento dos apartamentos aos compradores. (...)

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Mensagem N°35695
De: Mário Lúcio Caldeira de Faria Data: Sexta 30/5/2008 17:58:53
Cidade: Montes Claros/MG

Titulo da notícia: Ex-aluno, de 21 anos, espanca professor com chutes e o deixa inconsciente
Nome: Mário Lúcio Caldeira de Faria
E-mail: mlcfaria@uai.com.br
Cidade: Montes Claros/MG
Comentário: A agressão sofrida pelo professor em Brasília(DF), não é um caso isolado, pois, em todo o Brasil as escolas tornou-se palco de violência cometida por alunos que desrespeitam o corpo docente dos Educandários, inclusive, aqui em Montes Claros. Os professores são constantemente ameaçados pelos alunos, agredidos, espancados e desrespeitados por esses covardes que fazem da escola um verdadeiro covil. O Ministério da Educação, juntamente com o Ministério Público têm que punir exemplarmente esses alunos de má índole, que estão em lugar errado, ou seja, em vez da escola, deveriam estar na cadeia. É inadimissível que fatos como esses vêm sendo repetidos, rotineiramente, nas escolas públicas, e também nas privadas, em todo o Brasil, e as autoridades não tomam uma posição de punir esses delinquentes. A tolerância para agressões dessa estirpe é zero.

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Mensagem N°35692
De: José Augusto Data: Sexta 30/5/2008 17:02:29
Cidade: M. Claros

Para resumir: o encontro político hoje em M. Claros teve no foguetório sua parte de maior realce, apesar dos nomes reunidos. E a fumaça que restou do foguetório não foi branca, como a que, na Capela Sistina do Vaticano, anuncia o "habemus Papa". A novela vai prosseguir, com desgaste para os dois lados envolvidos. (...)

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Mensagem N°35686
De: Waldyr Senna Data: Sexta 30/5/2008 13:40:18
Cidade: Montes Claros

Em Montes Claros, poooode!

Waldyr Senna Batista

Dia desses, jornal da cidade publicou foto que mostrava isolamento de calçada, com grade de ferro, para realização de show em frente a um bar. Na legenda, a irreverente autora da coluna indagava: “Pode?”.
Resposta: sendo em Montes Claros, “poooode”, incluindo trejeito, entonação e sotaque da gorda personagem da tevê. Tanto pode que, iguais ao do flagrante fotográfico, dezenas, talvez centenas de casos são constatados corriqueiramente em todos os quadrantes da cidade, no centro e na periferia.
Há locais em que, desde as primeiras horas da tarde, os espaços deixados por veículos nas áreas de estacionamento vão sendo ocupados por cadeiras e mesas, de forma que, mal anoitece, ao longo dos passeios instalam-se os cervejeiros para o descontraído bate-papo, que se prolonga até altas horas.
Os bares, propriamente, em sua maioria, são cômodos minúsculos, onde mal cabem o freezer com as bebidas e um reduzido balcão, É na via pública que se desenvolve a atividade comercial, sem ônus para o proprietário e sem limite para a ocupação. Em alguns locais, como nas imediações da avenida sanitária, ruas são interrompidas e passeios e pistas ocupados para que os jovens se esbaldem, deixando, ao final da farra, o lixo formado por copos plásticos, guardanapos de papel e restos de comida, No dia seguinte, logo que amanhece, os garis da prefeitura comparecem para a varreção, no que parece ser mais uma gentileza do poder público aos despreocupados proprietários.
A prefeitura, por sinal, é a primeira a dar o mau exemplo, ao ocupar grande parte das ruas centrais, como fez mais uma vez na semana passada, a pretexto de rememorar o carnaval de rua. Várias ruas que dão acesso à praça da Matriz, onde transcorreu o desfile de blocos caricatos, foram interditadas, sem que tenham sido oferecidas opções para o escoamento do trânsito e sem sinalização nas imediações da área conflagrada. O motorista desprevenido descia, por exemplo, a rua Gonçalves Figueira com a intenção de alcançar a praça da Matriz e, ao chegar na rua Santa Maria, via-se impedido de fazê-lo, obrigando-se a tomar outra direção, enfrentando engarrafamentos quilométricos, desperdiçando combustível e se estressando desnecessariamente.
O pior é que, poucas semanas antes, realizou-se outro carnaval temporão, em local menos inadequado, mas mesmo assim causando transtornos. No caso mais recente, terminada a festança, que transformou o entorno da praça em pandemônio, de quinta-feira a domingo, surgiu a ameaça de que se cogita promover, brevemente, outro carnaval. Assim não pooode!
Montes Claros não tem carnaval, nunca teve, porque não oferece os pré-requisitos indispensáveis, como praias e atrações turísticas, além do que as ruas são estreitas e esburacadas. Então essa invenção de carnaval temporão nada mais é do que exploração comercial em espaço público. Em vez de carnaval, tanto faria ser forró ou festival de música axé, brega ou sertaneja, o que a moçada quer mesmo é curtição. Numa boa.
Só que a maioria não percebe que está sendo usada eleitoralmente, como aconteceu na semana passada. A promoção teve o acintoso apoio da prefeitura, claramente com vistas à campanha eleitoral que se aproxima, na qual o prefeito se apresentará como candidato. Como o grupo que promove o “carnamontes” é o dono da marca, os marqueteiros do candidato decidiram replicar com uma festa do gênero, cujo mote foi a reativação dos desfiles de rua de passado recente, em que os componentes de blocos e escolas de samba se divertiam, enquanto o povão, nas arquibancadas, aplaudia.
A encenação levada na praça doutor Chaves alcançou sucesso, destacando-se a boa qualidade artística dos blocos que dela participaram. Mas nem assim se justifica o transtorno imposto à população. Há outros locais na cidade em que a promoção não produziria tantos transtornos. As avenidas sanitárias e a praça dos jatobazeiros mortos se prestariam mais a esse tipo de movimentação, como já se viu antes.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a "Coluna do Secretário", n "O Jornal de M. Claros", publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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Mensagem N°35659
De: Lourivaldo de Lima e Silva Data: Quinta 29/5/2008 19:49:45
Cidade: Patos de Minas

Nome: Lourivaldo de Lima e Silva
E-mail: lorimtitanasp@terra.com.br
Telefone: (34) 91634166
Cidade/UF: Patos de Minas /MG
Mensagem: Sou agente penitenciaria ha 6 anos e carmo do paranaiba - MG , fiquei sabendo que houve uma rebeliao no presidio montes claros recentemente inaugurado , isso é verdade ou foi boato . Estou preocupado pois varios colegas meus trabalha la e nao estou conseguindo falar com eles. Desde ja agradeço a informação. Abraços

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Mensagem N°35646
De: Raphael Reys Data: Quinta 29/5/2008 15:19:45
Cidade: Moc - Mg  País: Br

NOVE FIGURAS NO PANO VERDE

Por tradição, a nossa urbe era nos anos 40 e 50, das mais conhecidas e destacadas pelas suas mesas de carteado. Mesmo depois que o Presidente Dutra assinou o decreto proibindo o jogo no solo Brasileiro e a jogatina perdurou nas nossas mesas do pano verde.
Por aqui, tínhamos o empresário João Pena, que manteve a chama da mística do Casino Minas Gerais. Trouxe, assim como o seu antecessor Sinval Amorim, para nossa urbe, levas de turistas barrufados de grana, vindos da Argentina, Uruguai, Paraguai e de outros estados da nossa federação. Tentavam a sorte no nosso pano verde nas nossas roletas.
Aviões fretados saiam de Petrópolis trazendo jogadores ricos habitues do Hotel Quitandinha, bolsos recheados para gastar na nossa boemia.
Tínhamos o elegante Píndaro Figueiredo, cobra criada nesse Butantã, que foi jogar nos cassinos da Itália. Com a desativação do Cassino, João Pena abriu o seu Bar Dólar Furado e o Clube Montes Claros fez história com o seu pano verde e as nove mandalas de figuras geométricas, que enfeitiçavam os notívagos da urbe.
Em cima da Casa Alves na rua XV o cassino de João Ferreira, época em que Dadú e Cabeção gerenciavam a jogatina do Clube Montes Claros. Ali cobras do baralho como Barretim Relojoeiro, Gentil, Aveno, Gilbertão, Grimaldi, Neco Jabuti e Alcides. Tempos românticos de cavalheiros bem vestidos, elegantes e do bolso cheio do vil metal.
Entre os nossos ases do baralho, destacavam-se Sinval Amorim, e os irmãos Figueiredo, que animavam as mesas. O elegante Dominguinhos, rico pecuarista tinha ingresso em todos os cassinos do Brasil. O médico Moreira Cezar entre outros eram animados participantes.
Bookmaker, jogadores, garçons, patos barrufados e cobras criadas saboreavam lautos tira-gostos do Bar do Sinval, do Restaurante Mangueirinha, e do Bar do Leon, trazidos pelos garçons.
A portaria do clube era rigorosa, só entrava sócio e ou convidado especial. Pif-Paf, batidas pôquer, chemim de fér, entre os atendimentos de Tião, Cesário Pedro, ainda pequeno e já faziam escola de malandragem na noite.
Logo veio o modernismo e o carteado do Automóvel Clube, com uma nova geração de cobras: Dimas, para esquentar a mesa, Ney Mesquita para detonar os patos pára-quedistas que aportavam por aqui tentando ganhar grana de otários da roça, mas levavam chumbo grosso na asa.
Aqui, só tem cobra criada! Nos somos da roça, em troca, porém um verdadeiro Butantã de ofídios tupiniquins, quem chega para tentar nos enganar, sai liso, leso e louco!
No pano verde, nas fichas, nos dados e em qualquer jogo que rola, nós fazemos escola!

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Mensagem N°35636
De: Roy Data: Quinta 29/5/2008 11:15:38
Cidade: M. Claros

O velório do Sabú está acontecendo no Saba`s Bar, na Rua Bernardino Souto, 668, bairro Alto São João.O sepultamento acontecerá hoje às dezesseis horas.

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Mensagem N°35635
De: Augusto Vieira Data: Quinta 29/5/2008 11:15:20
Cidade: Belo Horizonte

Associo-me às belas mensagens de Roy Chaves e de Ana Paula para também me despedir do inesquecível José Francisco de Oliveira, nosso "Sabu", que me ensinou a nadar e foi meu companheiro de basquete no Montes Claros Tênis Clube, nossa Praça de Esportes. Envio um fraterno abraço de pêsames a toda a família enlutada.

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Mensagem N°35631
De: Luiz de Paula Data: Quinta 29/5/2008 09:44:40
Cidade: Montes Claros

(Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 15)

SERVIÇO DE MENINO

O pessoal não presta atenção ao tanto de coisas que um menino faz em casa a mandado do pai e da mãe.
É cortar lenha, é pegar frangos, lavar cachorro, comprar coisas na rua, cuidar de irmão menor, jogar milho para as galinhas, tirar água na cisterna... Você pensa que acabou? Tem mais: botar bodes para fora do quintal, buscar pedras de areia na beira do rio para areação de panelas, buscar folhas de fedegozão para varrer forno de assar quitandas, levar caldeirão de comida para lavadeira de roupa no córrego, arrancar malvarisco na frente de casa. E por ai vai. É trem que não acaba mais.
Quando eu era menino de meus 9 para 10 anos, tive uma ferida na perna que deu trabalho. Durou mais de dois anos.
Coisa vantajosa é a gente ter uma ferida. Não falo de pereba, que é coisa à-toa, que a gente sempre tem uma ou mais. Falo é de ferida mesmo, dessas que inflamam, crescem e fazem o cristão mudar o caminhado.
A vantagem é toda da gente. Não deixamos de jogar bola nem peteca (xingo de mãe ninguém liga). Nem de tomar banho no rio, nem de buscar cavalo no pasto ou de brincar de pique. Nem de caçar passarinho e preá, nem de pescar, nem nada. Mas quando o pai ou a mãe da gente manda cortar uma lenha, pegar um frango, comprar qualquer coisa na rua, ou o que for, a gente faz uma cara triste e muda de posição, só para mancar com a perna da ferida. Aí o pai ou a mãe só manda a gente se não houver outro ali perto.
Mas a vantagem maior a gente só vem a reconhecer mais tarde, já homem feito, quando precisa de qualquer planta do campo. Aí é que a gente vê como é que um ou dois anos com uma ferida das grandes fazem a gente ficar conhecendo tudo quanto é rama e árvore do campo. Porque, para cuidar da ferida, a gente vai ao campo quase todo dia arrancar cascas ou raízes, ou colher folhas de pau santo, barbatimão, embaúba, muricí, tiborna e outras tantas usadas para fazer o cozimento e banhar a ferida. Enquanto a gente está procurando essas plantas, acaba conhecendo as outras. Já pensou na vantagem de um cristão conhecer a utilidade dos adjuntos de horta e mais todas as plantas do campo?

SERVIÇOS DE MENINOS No 2

Meu pai sempre optou por nos manter fazendo algum trabalho em volta dele.
Nós tínhamos o nosso lazer. Fora do horário da escola havia os trabalhos mais grosseiros de capinar o quintal, empilhar a lenha resultante da poda de mais de 40 mangueiras e outras árvores frutíferas do pomar, arrancar - isso mesmo, arrancar, pelas raízes, com as mãos - o espinheiro maroto e outras vegetações que nasciam com as primeiras chuvas em frente à loja e a residência da família.
E havia a ajuda no balcão, a princípio no balcão mais estreito, onde se negociavam alimentos e bebidas, e fumo em corda, depois, quando se estava mais crescido, no largo e extenso balcão dos tecidos e armarinhos.
Importante também era o serviço de rua. Além das compras, para minha mãe, havia os serviços da loja, consistentes, em sua quase totalidade, nas idas à agência do correio, para arrecadação de correspondência, no horário da chegada e abertura das malas que vinham pelo expresso da manhã, ou ainda para postagem de cartas ou compra de selos, e as constantes idas à estação da E.F.C.B (Estrada de Ferro Central do Brasil) para expedição de telegramas, pelo aparelho MORSE da ferrovia ou para providências ligadas ao recebimento e expedição de cargas. Quando mais novo eu fazia esses serviços montado em meu cavalo de cabo de vassoura.
Como aprendera vendo o pessoal da roça em suas montarias, meu cavalo de pau nunca marchava em linha reta. Partia sempre fazendo uma curva bem aberta, para se distanciar de outros animais ou de árvores ou montes de pedras ou tufos de vegetação ou de pessoas presentes no caminho, refugando aqui e ali, como todo cavalo que se presa.
Se o cavalo de pau não se encontrava à vista, acessível, eu me comportava como se montado estivesse nele, ordenava-o a pôr-se em marcha, como via os cavaleiros da roça procederem, e para acelerar o andamento esporava com os cotovelos as minhas costelas e o resultado era que o mandado era cumprido com rapidez.
Mas no que diz respeito a serviço mesmo, ou seja de emprego com terceiros, o meu primeiro trabalho foi na Tipografia Nascimento, em Pirapora, quando para lá fui, aos 11 anos de idade incompletos, a fim de terminar o curso primário, ou seja para fazer o 4o ano.

ANTES DA ADOLESCÊNCIA

Menino ainda, em Várzea, nas tardes tranqüilas do estio, tendo ante os olhos o imenso espaço entre o céu e a terra e a sentir o cheiro bom de tudo em volta, encantava-me ouvir o canto e os rumores da tarde a transformar-se em crepúsculo. E a visão do céu tão azul, tão puro, tão perto e enorme, com todos os seus mistérios.
Em mim, a sensação de ser parte da natureza, incorporado ao quadro majestoso da tarde crepuscular. Envolvido pelo cheiro da terra e das plantas. E com a consciência de estar apenas começando a existir, de ter pela frente toda uma vida para viver.
Aquela beleza em tudo, plena, misteriosa, oferecida como se todo aquele mundo fosse meu.

SAUDADES

Saudades, gratas lembranças da infância muitas vezes não nascem de realidades, mas de coisas e situações que só existiram no mundo mágico em que vivem as crianças.
Eu fui uma criança pobre, descalça, não comia sempre do que queria, criada no desconforto do meio rural, a padecer com malária, verminose, dores de dentes, perebas. E sem brinquedos de loja.
No entanto tenho muitas saudades daqueles tempos, e de bom grado repetiria minha infância, naquele mesmo modesto e querido povoado.

(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°35577
De: Geraldo Ferreira Data: Quarta 28/5/2008 09:18:00
Cidade: Montes Claros

Preparem os ouvidos! Varios candidatos politicos já começaram a preparar seus carros de som, um deles já começou a montar um caminhão, um verdadeiro trio eletrico para andar nas estreitas ruas de Montes Claros.

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Mensagem N°35572
De: Paulo César Data: Quarta 28/5/2008 08:56:40
Cidade: Belo Horizonte  País: Brasil

Lamentável o teor da Mensagem 35558, do Sr. Petrônio Bráz. A estudante apenas está relatanto o que ela e todos os moradores de São Francisco estão vendo, a olhos nús. Pior que ser analfabeto político e ser politizado e tentar tapar o sol com a peneira. Conheço bem a cidade de São Francisco e sei do sofrimento daquele povo. Indignar-se com o desprezo de sucessivas administrações fracassadas, ao longo de décadas, é exercer democracia, no sentido amplo. Fazem 120 anos que a escravidão foi abolida, vivemos em pleno estado democrático de direito, cuja manifestação de pensamento e ideias é exercício de cidadania. Beleguins da ditatura não têm espaço nesse universo contemporâneo. Por favor minha qurida, avance na sua monografia. Expresse sua indignação, torne público as mazelas dessas fracassadas administrações. Parabéns.

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Mensagem N°35565
De: Ana Maria Data: Quarta 28/5/2008 08:18:55
Cidade: Montes Claros  País: MG

ref. msgs. 35.533 - Cara Rita, não se deixe abater! Não permita que citações de um (excelente) contista, dramaturgo, poeta, médico e cidadão te cause desânimo. Alie-se! Berthold Brecht, um filho da burguesia, também sofreu ao deparar com seu PAÍS completamente destruído por uma guerra insana. O que, pelo que tenho lido neste mural, não é o caso de São Francisco, mas aproxima-se pelas mazelas e descaso da politicagem. Estude bastante o tema da sua monografia. Busque ajuda junto aos que têm, e não detém, conhecimento. Divulgue para sua comunidade o resultado do seu trabalho. Assim, quem sabe, vocês jovens estudantes de São Francisco, consigam reverter o quadro de atraso citado. Vamos lá! Tenho certeza que você pode!

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Mensagem N°35563
De: Rogério Data: Quarta 28/5/2008 07:41:41
Cidade: M. Claros

Duas constatações (bem avalidas) de quem se hospedou nos hotéis do centro de Belo Horizonte, recentemente:
1 - as noites de M. Claros neste outono estão mais frias do que as da capital;
2 - dormir no miolo de Belo Horizonte está mais fácil do que em muitas áreas de M. Claros, devido ao assustador barulho em M. Claros, totalmente fora de controle, apesar de haver lei (de boa qualidade) que é ignorada e esnobada pela própria prefeitura, que a patrocinou e comemorou.

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Mensagem N°35561
De: Gersier Data: Terça 27/5/2008 23:00:22
Cidade: Montes Claros

É,está difícil consertar esse País.A Câmara acaba de aprovar a chamada PEC dos vereadores em que aumenta novamente o número de vereadores em todas as câmaras municipais.Quem acompanhou pode observar a demagogia e a hipocrisia de alguns deputados parabenizando a eles próprios dizendo que aquela casa estava atendendo a um anseio da população.Pergunto,de qual País?Com certeza a brasileira não é.

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Mensagem N°35557
De: Augusto Vieira Data: Terça 27/5/2008 21:01:59
Cidade: Belo Horizonte

GUIDA E A FAROFA DE JOÃO MAIA

Margarida Luíza de Matos Vieira, Guida, esposa de meu irmão caçula, Xandão, tornou-se, na verdade, a irmã que eu não tive. Filha de um dos grandes homens que conheci em minha vida (Dr. Gastão de Matos, que foi tisiologista em Belo Horizonte, nos tempos em que até Noel Rosa vinha às Alterosas para se tratar), criada com todas as regalias das famílias abastadas da capital, ainda estudante, embrenhou-se pela guerrilha, na luta contra a ditadura, onde conheceu mais de perto, amou e nunca mais se separou de meu irmão. Tornou-se uma das grandes intelectuais de Minas, com bacharelado, mestrado e doutorado em História. Tem vários livros e artigos publicados. Foi, até aposentar-se, brilhante professora na Faculdade de Filosofia da UFMG, onde ingressou, transferida da FAFIL de Montes Claros, pelas mãos de meus queridos amigos Lincoln Prates e Leônidas Prates Lafetá. Hoje, aposentada e tranqüila, residindo num aconchegante recanto, próximo à cidade de Pedro Leopoldo, só viaja de vez em quando, para lançar um livro, fazer uma palestra ou integrar alguma banca examinadora de concurso público para o magistério superior. Foi candidata a vice-governadora de Patrus e, depois, a governadora, pelo PSB. Obteve quase quinhentos mil votos. Na última eleição candidatou-se a deputada estadual e não foi eleita, muito mais devido à pobreza de sua campanha do que à sua capacidade.
Pois bem, Xandão contou-me, nas recentes comemorações de seus 60 anos que, durante a campanha política, levou-a para almoçar no restaurante de João Maia, ponto de parada obrigatório não só dele, mas meu e de nosso outro irmão, Guilhermão, antes de chegarmos ou quando retornamos de nossa aldeia. Xandão fizera a maior propaganda da farofa de João Maia, tão convincente que Guida desejou conhecer a maneira como a guloseima era preparada. João Maia, então, convidou-a à cozinha. Aproximaram-se de um panelão, com farofa já pronta. Enquanto João Maia dissecava as artimanhas usadas para se chegar àquele ponto de perfeição culinária, Guida pediu para dar uma experimentada. Xandão, velho catrumano, antecipou-se à esposa e estendeu, logo, uma das mãos, onde João Maia depositou uma colherada. Na maior habilidade, como fazemos, desde a infância, em nosso Norte de Minas, arremessou, num único e hábil movimento, toda aquela porção em sua boca, sem nada desperdiçar. Guida, impressionadíssima com a perícia do marido, quis imitá-lo, só que estendeu as duas mãos. João Maia, já desconfiado, devido àquela dupla extensão, nelas depositou a farofa. Ela, então, não conseguindo arremessar a porção à boca, elevou as duas mãos, em cunha, até os lábios e começou a lamber o conteúdo. João Maia, com aquele jeitão que só ele tem de brincar com as pessoas, comentou, no ato:
— Xandão, pra que essa mulher sua estudou tanto? Não aprendeu nem comer uma farofa?!?!

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Mensagem N°35555
De: Helio Data: Terça 27/5/2008 19:54:35
Cidade: M. Claros

No final da tarde de hoje no bairro Funcionários deparei com uma van que faz transporte de estudantes com crianças sentadas uma no colo das outras, todas sem sinto de segurança. Está faltando fiscalização.

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Mensagem N°35548
De: Júnior Data: Terça 27/5/2008 16:01:15
Cidade: Montes Claros - MG

O cartel de combustíveis em Montes Claros está novamente desfeito. A guerra de preços começou, para a felicidade dos consumidores. Já tem posto vendendo a gasolina por R$ 2,21, enquanto o preço médio estava em torno de R$ 2,61

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Mensagem N°35537
De: Abel Data: Terça 27/5/2008 08:47:48
Cidade: Bocaiúva

O PT vai se coligar com o PSDB em Bocaiúva, com as bençãos de todo o partido. O que vale para a terra de José Maria Alkmim, cardeal do folcore político do Brasil, não vale para BH. Na capital, mais uma vez a Executiva Nacional do PT quer separar o noivado com o PSDB, de Aécio Neves. O pior é que os noivos já entram na igreja, abraçadinhos...para a lua de mel em 2010.

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Mensagem N°35534
De: Jorge Silveira Data: Terça 27/5/2008 07:48:03
Cidade: Montes Claros

Se o povo não reagir, o governo vai voltar mesmo com a CPMF,através da bancada governista no Congresso Nacional. Mesmo com os recordes contínuos de arrecadação, mercê do Brasil possuir uma das maiores cargas tributárias do mundo, ainda é pouco para a gastança desenfreada do governo petista. Querem ressuscitar a CPMF, com alíquota de 0,10%, com a mesma desculpa de antes: para financiar a saúde. É preciso que cada cidadão consciente reaja e mande e-mail para o Congresso Nacional, se colocando contrário ao retorno da CPMF. Deputados e senadores precisam tomar conhecimento que mais uma vez irão agir contra os interesses da população e que poderão ter a resposta nas urnas. O que o governo precisa é baixar os impostos, principalmente sobre os alimentos, para que o povo possa ter comida mais barata.De nada vale um governo entupido de dinheiro e os brasileiros cada vez mais desesperados com os preços dos alimentos. Quem vai ao supermercado, tem notado claramente como a inflação aos poucos vai voltando. Ao invés de ressuscitar a CPMF, que vai custar mais no bolso do já esgotado contribuinte, o governo precisa é ficar de olho na inflação, esta sim, o maior de todos os impostos, principalmente para a população mais carente.

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Mensagem N°35532
De: Rony Boy Data: Terça 27/5/2008 01:26:00
Cidade: São Paulo

Gostaria de noticias sobre as investigações sobre os assassinatos ocorrido em Taiobeiras, pois pessoas inocentes e queridos morreram e parece que é uma cidade sem justiça

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Mensagem N°35531
De: Palmyra Santos Oliveira Data: Segunda 26/5/2008 22:11:21
Cidade: Porteirinha-Mg

Porque meu pai comprou um cinema
Palmyra Santos Oliveira

Penso que foi em 1926. O meu irmão José Gomes de Oliveira, na época com uns 10 anos, foi barrado na porta do cine Montes Claros por ser de menor. Chegou em casa muito triste, contou ao meu pai Manoel Gomes de Oliveira o ocorrido e este prometeu comprar o cinema. Convidou o meu padrinho Aristides Lucrécio de Oliveira para ser seu sócio e ambos compraram o cinema. A firma era “Gomes e Lucrécio”.
A primeira noite foi de graça para todos e eu, com mais ou menos 6 anos, fui também. Ao final, vi meu pai fechando as portas e perguntei se ele era empregado de lá. Disse-me que era o dono.
Na ocasião, o cinema era mudo e havia pessoas que tocavam os instrumentos: o piano era com Dulce Sarmento, o violão com Asclepíades Pinto, o bandolim tocado por Ducho.
Nas cenas de tiroteio, lembro-me que tocavam depressa e nas cenas românticas, lentamente. O filme do qual me lembro o nome: “O sol da meia-noite” com Laura Laplante (não sei a grafia) – o mocinho da época era Tomix (idem). Sei também que o meu irmão saía com Evandro Câmara, nosso vizinho, para distribuir os “porogramas” como eles falavam. Lembro-me também que certa noite, no cinema, distribuíram brindes, caixas de pó de arroz “Reny”.
Dentro havia surpresas: brincos, anéis e catitos (bonequinhos de celulóide). Então fui para casa com o meu anel. Dormi. Sonhei que eu havia ganho uma caixinha que ao abrir vi um catito e quando peguei...decepção. Minha mãe me acordou. “Ô mãe, por que a senhora me acordou? Eu queria pegar meu catito primeiro”. Ela me disse: “Mira, foi só um sonho!” Então Dasdores, esposa do Cocó que era comerciante, deu-me um catito de massa com o qual brinquei muito.
O meu padrinho Aristides Lucrécio que era primo do meu pai, faleceu de repente e a parte dele foi adquirida pelo Sr. João Ferreira Paculdino. A firma passou a chamar-se: “Gomes e Ferreira”. Depois meu pai queria mudar-se para Presidente Bernardes – SP onde morava o seu primo Joãozinho do Sr. Crisauto e vendeu sua parte para a então viúva do seu ex-sócio e a firma deles foi “Viúva Paculdino e Filhos.”

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Mensagem N°35524
De: Carmen Netto Data: Segunda 26/5/2008 14:32:59
Cidade: Bhte

O Aniversário de Genival Tourinho

Existem eventos de forte conteúdo emotivo. O aniversário de Genival teve essa característica. Podia ser também a festa do Montesclarense ausente, tal a quantidade de conterrâneos presentes. A festa aconteceu no Automóvel Clube de Belo Horizonte. A
beleza dos arranjos florais, a iluminação dos salões, a música romântica do sax de José Eymard formaram a moldura encantadora para esse encontro que, tenho certeza, foi o encontro da amizade.
Mineiro é igual caramujo, leva os costumes, os hábitos para aonde vai. Mesas fartas, bebida a vontade. Criou-se um clima onde brindava-se a vida em companhia de familiares e amigos. É isso que se chama felicidade, é assim que a vida deveria ser sempre...
Foi uma noite inesquecível. Naquele momento toda uma geração se encontrou. Conhecidos, amigos que não se viam há dezena de anos, colegas de ginásio, de faculdade. A noite encantadora transformava as pessoas presentes. Sorridentes, descontraídas, peregrinando entre as mesas para brindar o reencontro. E, tudo isso, por causa do aniversário de Genival Tourinho – um Montesclarense que de peito aberto enfrentou os “anos de chumbo”, sem medo de ser coerente com seus ideais.
Sua atuação como político, no verdadeiro significado do vocábulo, se guiou por valores morais e éticos, por isto é admirado e reconhecido não só nas Minas Gerais, mas em especial no sofrido Norte de Minas e também além das montanhas mineiras. Como advogado sua inteligência brilhante ganhou causas complexas e sua banca de advocacia é das mais respeitadas do Estado.
Com seu imenso poder de aglutinar, de congregar, pois é um homem que tem o culto da amizade, transformou aquele reencontro de amigos, num momento único. Parecia que naquela noite, o mundo era só dos Montesclarenses e de mais ninguém. Estávamos unidos porque tínhamos nascido na mesma cidade, falávamos a língua com o mesmo sotaque, nos sentíamos fraternos porque tínhamos bebido da mesma fonte e partilhado o mesmo pão.
Os ciclos se completam e vamos ao encontro de mudanças, onde novos projetos nos chamam. Os anos do calendário não contam. Contam a vida vivida intensamente, entremeada de dificuldades e realizações, mas sempre guiada pelos sonhos e esperanças. E, você, Genival, tem um baú prá lá de bom dessas vivências.
O menino cresceu, rodou o mundo, pensou o mundo, abriu leques de amizades. Ainda é o mesmo. Precisa de sonhos e de uma arte que lhes dê vida. E, é dentro de você Genival, que está aquilo que precisa para reconstruir utopias e nunca perder os sonhos.. Uma maturidade serena nos ensina a cada dia renovar a vida.
Parabéns, muitos anos de vida, saúde e paz. Desejo que continue a fazer da sua vida um poema longo, desses para se declamar em voz alta. Procure reencontrar seu coração adolescente e nele surpreender de volta alguma coisa conhecida como esperança.
Deus o abençoe e a sua família.
Carmen Netto Victória

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Mensagem N°35521
De: Maurício Data: Segunda 26/5/2008 10:30:34
Cidade: Montes Claros - MG  País: Brasil

E o norte de minas, também grande parte do Brasil, continua perdendo o "Velho Chico". Às minguas, correndo lentamente, o Velho Chico, agoniza e esperneia tentando amanhecer mais um dia. Estive em Januária,Itacarambi e Manga e o que vi não é nada animador. O Barranco de lá continua esquecido por Deus e pelos homens.

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Mensagem N°35519
De: Augusto Vieira Data: Segunda 26/5/2008 08:34:47
Cidade: Belo Horizonte

Obrigado, Denize, pela correção. Já a fiz em me site e espero que o editor de nosso Mural a faça na mensagem e no meu link.

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Mensagem N°35518
De: Raphael Reys Data: Segunda 26/5/2008 08:30:09
Cidade: Moc - Mg  País: Br

Ref.mensagem 35509-Márcio. Agradeço ao leitor pelo incentivo. Nada melhor do que uma gargalhada para desopilar o peritônio! Abraços

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Mensagem N°35515
De: Denize Versiani Data: Domingo 25/5/2008 22:39:45
Cidade: Montes Claros

Fazendo uma importante correção.. A viúva de dr. Edvaldo Versiani dos Santos é Elizabeth. Raquel é irmã dessa.

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Mensagem N°35510
De: Márcia Vieira Data: Domingo 25/5/2008 14:22:35
Cidade: Montes Claros - MG  País: Brasil

Foi cremado ontem, sábado, no Cemitério de Vila Alpina, em São Paulo, o corpo do escritor e terapeuta Roberto Freire. Em todos os campos de atuação, Freire era tido como rebelde e transgressor. Nos anos 70 criou a “somaterapia”, baseada nas pesquisas do psiquiatra austríaco Wilhelm Reich. Em sua trajetória, escreveu 25 livros e textos para a televisão (TV Mulher, A Grande Família, e outros). Entre as obras mais conhecidas, destacam-se o ensaio “Sem Tesão Não Há Solução” e “Cléo e Daniel”, este último, adaptado para o cinema, com Sônia Braga no elenco. Roberto Freire morreu na noite de sexta-feira, aos 81 anos, depois de alguns dias internado num hospital de São Paulo. O escritor deixou uma carta, pedindo que não fossem realizadas cerimônias fúnebres. A causa da morte não foi divulgada pela família.

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Mensagem N°35509
De: marcio Data: Domingo 25/5/2008 13:26:44
Cidade: BH/MG

Impagável a crônica de Raphael Reys, intitulada Murrão da Roça (mensagem 35450).Para quem estiver precisando de boas gargalhadas, é imperdível.
Parabéns, Raphael.

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Mensagem N°35507
De: Augusto Vieira Data: Domingo 25/5/2008 11:38:03
Cidade: Belo Horizonte

EM MEMÓRIA DE EDVALDO VERSIANI DOS SANTOS

Nos idos de 1958, quando retornei do Colégio D. Bosco, de Cachoeira do Campo, para cursar a terceira série ginasial, na Escola Normal, tornei-me colega de sala de Edvaldo Versiani dos Santos. Era um rapaz inteligente, forte, bonito, rico, humilde, de pouca conversa e muito tranqüilo. Por detrás de aparente timidez, revelava-se comunicativo, bondoso e solidário. Com o tempo comecei a freqüentar sua majestosa residência, na Viúva Francisco Ribeiro, em frente à casa de meu tio Air, muitas vezes para estudarmos para uma ou outra prova. “Seu” Zacarias e D. Bembem tratavam-me com o maior desvelo. Conheci Djalma, seu irmão, um pouquinho mais velho que nós, já rapagão, cobiçado pelas moçoilas da cidade, porque também bonitão, inteligente e grande atleta. Djalma nos dava muitas dicas de como nos comportarmos no relacionamento com as meninas. Rodamos por esta roda viva. Edvaldo tornou-se otorrinolaringologista, passou a exercer a profissão em nossa aldeia e casou-se com Elizabeth, filha de meus queridos padrinhos de formatura de científico e amigos pelo resto de nossas vidas, Simeão Ribeiro Pires e Terezinha Gomes Pires.
A vida, poetou Vinicius de Moraes, é “a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida”. Eu sempre me lembrava desse verso quando, adulto, esporadicamente revia Edvaldo, a quem chamava, carinhosamente, como na juventude, de Vadinho. Separados fisicamente por nossas andanças e profissões, nunca deixávamos morrer em nossos corações aquela sincera e pura amizade dos bancos escolares. Doeu-me profundamente a notícia de sua doença. Entristeceu-me mais ainda porque ele não merecia tanta dor.
A gente, meu caro Vadinho, na construção de nossos caminhos, transpõe imensos obstáculos, mas só não consegue vencer essa coisa misteriosa a que chamamos morte. Nossa geração chegou numa fase perigosa, em que ela vasculha nossas existências bem mais de perto. Às vezes até sentimos seu cheiro, da mesma forma que sentimos o cheiro de Deus. Como diz a canção, é preciso estarmos atentos e fortes, por não termos tempo de prevê-la. Ela chegou, fora da hora, para você. Poderá vir, da mesma forma, para qualquer um de nós. Só sei que, os que ficamos, continuaremos por aqui, profundamente tristes, certos de que, com sua prematura partida, um bom pedaço de nós também se foi. Onde você estiver, meu caro Vadinho, receba um forte abraço desse seu velho amigo, que se arvora, nesse momento tão triste, através dessas pobres palavras, também representante de Jairo Ataíde, Genésio Tolentino, Valderez Costa, Artur Ramos, Fernando e Paulo Roberto Costa, Bento e Alvimar Barbosa, Paulinho Macedo, José Luiz e João Augusto Vieira e de todos os seus demais colegas e amigos de juventude, cujos corações você conquistou de forma perene. Até breve, querido Vadinho. Que Deus o receba, em paz, por sua breve e honrada travessia!

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Mensagem N°35506
De: KARLA Data: Domingo 25/5/2008 06:52:35
Cidade: MOC

Esta sendo realisado o velorio do medico edvaldo versiani dos santos "otorinologista"no velorio da santa casa . o enterro será as 09:00

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Mensagem N°35489
De: Francisco Data: Sábado 24/5/2008 10:44:22
Cidade: M. Claros

A solitária digna voz do Congresso ontem calou-se. E será sepultada hoje, em Manaus.

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Mensagem N°35487
De: Ruth Tupinambá Data: Sábado 24/5/2008 10:08:14
Cidade: Montes Claros

Aquele Ringue... foi o máximo

Ruth Tupinambá Graça

Muita gente não sabe, mas por incrível que pareça, Montes Claros já teve um rinque de patinação.
Isto foi lá pelos anos trinta. Uma empolgação tremenda tomou conta da juventude. Era uma grande novidade e ele surgiu, milagrosamente, pode-se dizer, pois quem se arriscaria construir e equipar um rinque quando Montes Claros não possuía estrutura para o mais simples esporte?
O santo milagreiro foi um sírio que se chamava David Persiano. Ele veio para Montes Claros antes mesmo da Central do Brasil, como mascate, vendendo sedas, casacos de pele, perfumes, colchas chinesas, tapetes, tudo importado e da melhor qualidade.
Gostou da hospitalidade do sertanejo e aqui se instalou com uma grande casa de móveis e artigos importados, localizada na Praça Dr. Carlos ao lado, onde é hoje o prédio da Caixa Econômica Federal. Apaixonou-se por esta terra e para cá trouxe sua mulher e filhos. Levava vida de rico, era hábito seu passear à tarde (para lá e para cá) em frente à sua loja.
Andava impecável, terno de linho branco, colete e uma grossa corrente com relógio de ouro, à tiracolo, sapato de duas cores, um enorme charuto, da melhor qualidade no canto da boca. Apreciava um jogo de baralho, principalmente o Poker.
Fez grandes amizades com políticos da terra (companheiros de jogo) e sua casa era freqüentada pela nossa melhor sociedade.
Sua mulher, dona Sara, era uma mulher gorda e baixa, sem vaidade, neste ponto o oposto do marido. Vestia-se simplesmente. Era amável e atenciosa. Presenteava os vizinhos com pratinhos de quibe e outras especiarias que fazia, é claro, com perfeição, que era para nós grande novidade, pois em matéria de culinária estávamos muito atrasados.
O nosso forte era arroz com carne e pequi, feijão de tropeiro, carne de dois pelos e tutu com lingüiça, que embora deliciosos, estavam muito aquém do sofisticado menu estrangeiro.
Não sei mesmo porque, uma família síria e muito rica se interessaria tanto por nossa terra, tão desprovida de conforto e atrativos, naquela época. Nem mesmo o comércio era tão vantajoso. Talvez quisesse apenas o sossego e a paz do sertão. O dinheiro viria por acréscimo.
Seus filhos cresceram aqui e muita gente ainda se lembra da sua filha Rosinha Persiano, uma turquinha bonita e muito alegre, que se casou com Gabriel Cohen, negociante de móveis aqui durante muitos anos (montes-clarense do coração) deixando aqui grandes amizades.
E foi nesta disposição, bastante relacionado em Montes Claros, que seu David resolveu brindá-la com um rinque de patinação.
Ao lado de sua loja, possuía um terreno que servia de depósito de mercadorias e que se alongava até a Casa Alves, com fundos para a rua Simeão Ribeiro, hoje Quarteirão do Povo.
De repente começaram os preparativos para a construção que era acompanhada com ansiedade pelos montes-clarenses. Aquela novidade caíra do céu, para uma cidade sem nenhuma diversão, além do rádio e um cineminha duas vezes por semana.
Seu David, de mãos no bolso, peito estufado e charuto no canto da boca, inspecionava a grande obra cheio de entusiasmo. Mas a lerdeza dos nossos operários já irritava o turco que, no seu sotaque enrolado de estrangeiro, gesticulava nervoso enquanto a obra, não obstante, seguia em ritmo de tartaruga...
Os curiosos também, diariamente visitavam admirados com tantas novidades e que o turco explicava, todo vaidoso, pois ninguém no nosso meio conhecia, de verdade, aquele esporte a não ser através de revistas e cinemas.
Depois de uma peripécia, o rinque ficou pronto, mas veio a novela dos patins, que a morosidade do nosso transporte foi o culpado. Mas chegaram e finalmente a inauguração foi anunciada. Muita gente, cerveja à vontade, banda de música e até foguetes.
Seu David felicíssimo ao lado da família, recebia os cumprimentos explicando o funcionamento dos patins ali expostos.
No dia seguinte, a mocidade montes-clarense já se movimentava para a estréia do esporte. Foi uma loucura. Não havia um treinador e o aprendizado seria por conta própria.
De patins nos pés e soltos na arena, enquanto um gramofone rouco tocava valsas lentas (Danúbio Azul, Saudades de Ouro Preto, Branca etc.) a moçada se agarrava ao cano que circulava a enorme extensão cimentada. Num esforço tremendo, soltava um pouco aquele bendito cano, mas eram tombos e mais tombos. As moças, preocupadas em segurar as saias (naquele tempo o uso de calças compridas e shorts era proibido) se descontrolavam, não conseguiam se equilibrar e rodopiar ao som da música. Foi uma luta, mas ninguém desistiu. Todas as tardes tentavam e aos poucos, foram progredindo, à custa de tombos, escoriações e até pernas e braços quebrados.
Moças e rapazes disputavam e faziam grandes apostas. No fim de um mês já conseguiam soltar o cano, dar voltas ao longo da pista e os mais espertos faziam até piruetas.
A nossa turminha famosa: Yeda e Yolanda Maurício, Zuleika e Mary Bessone, Carmem e Íris Sarmento, Ydoleta e Maria Maciel, Luíza Guerra, Ruth Tupinambá, Alaíde Amorim, Wanda e Heloísa Veloso, Stela Jansen, Biá e Jaci Veloso, Helena de Paula, Lia Prates e muitas outras.
Os rapazes dos bancos, Comércio e Indústria e o Hipotecário e Agrícola do Estado de Minas Gerais (únicos da cidade) e estudantes em férias: Hermes de Paula, Jacinto Fróis, Raul Peres, Pedro Santos, Waldir e Darcy Bessone, Abelar e Aderval Câmara, Antônio Augusto Veloso, Benjamim dos Anjos e outros. Eles pagavam dois mil réis pe¬los patins e poderiam rodar à vontade. Para as moças eram gratuitos.
Nossa turminha mais esperta (gente mais nova) já conseguia dar show. Usávamos saia rodada e comprida e ao som das valsas rodopiávamos em toda extensão do rinque. Por mais cuidado que tivéssemos, as saias se levantavam e as pernas sempre apareciam... e eram admiradas e cobiçadas pois naquele tempo, só mesmo as pernas, e mesmo assim davam o que falar.
Aquelas tardes de patinação eram animadíssimas e os curiosos não perdiam aquele espetáculo!
As famílias mais preconceituosas não deixavam as filhas freqüentarem o rinque, consideravam imoral e indecente aquele extravagante esporte.
Nas temporadas do Rei Morno o rinque era bem aproveitado para os festejos carnavalescos.
Seu David cedia-o gentilmente, pois era o próprio folião, com fantasia de sua terra, por sinal, muito cara e bonita. Com turbante e tudo mais, exibia o lança perfume Rodo, muito cheiroso e embriagante, mas quando acertava nos olhos...
Pouca gente tinha condições de usá-lo, pois era caro e vinha de longe e quem conseguia este privilégio, ao invés de gastá-lo perfumando o cangote das donzelas usava-o, por maldade, nos olhos dos curiosos que sapiavam no sereno.
Seu David era civilizado e entre confetes e serpentinas, sabia se divertir com sua família nos três dias de carnaval.
Naquele tempo (mocidade em flor) ninguém se preocupava nem avaliava o furo que aquele belo esporte causava aos cofres do seu David. Não sei mesmo porque ele acabou, foi uma pena.
Talvez a valorização chegando em nossa terra despertou o interesse pelas cifra (há tempos adormecido) e o seu David resolveu vender aquele terreno ou transforma-lo em lojas.
Todos aproveitaram muito do rinque de patinação que marcou época em Montes Claros. Até os senhores papéis queimados nunca perdiam a hora da patinação. Horas agradáveis, descontraídas e uma oportunidade para os namorados.
Muitos romances começados ali, ao som das valsas lentas (em contraste a chieira dos patins) terminaram em casamento.
Para seu David foi só prejuízo, mas para nós aquele rinque foi o máximo, e nos deixou muita saudade.

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Mensagem N°35486
De: Luiz de Paula Data: Sábado 24/5/2008 10:01:16
Cidade: Montes Claros

(Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 14)

JOGO DE PÔQUER

De vez em quando, amigos de meu pai combinavam com ele e faziam uma sessão de pôquer, após o fechamento da venda.
O grupo se reunia por volta das oito horas da noite, ou pouco mais tarde. Quando saía o último freguês, meu pai mandava-me fechar as portas da frente e colocar mais carbureto no gasômetro, para garantir boa iluminação até as dez ou onze horas da noite. Enquanto eles preparavam a mesa para o jogo eu ia à sala de jantar apanhar copos limpos para eles beberem cerveja Brahma Rainha, ao natural, pois por aquelas bandas nunca se ouvira falar em geladeira.
Eu gostava demais de assistir a essas partidas de pôquer. Os parceiros eram pessoas bem humoradas, que gostavam de contar piadas e rir. Dois deles eram jogadores tarimbados. Já haviam jogado em São Paulo e contavam casos engraçados, muito ao agrado de minha aguçada curiosidade.
Mas meu pai proibia minha presença. Terminado o meu trabalho eu devia retirar-me. Todavia, a curiosidade em mim era maior do que o dever de cumprir a ordenação paterna. Eu sempre encontrava um jeito de ir ficando, em qualquer pequeno espaço que a visão de meu pai não alcançava.
Certa ocasião, já tarde da noite, muito depois de terminado o jogo, minha mãe deu por falta de mim. Foi um tumulto em casa. Todos se puseram a procurar-me. “Teria fugido de casa? Teria caído na cisterna?” Eram as perguntas que se faziam. Até que minha mãe, movida por sua intuição tapuia, apanhou uma lamparina e foi encontrar-me dormindo a sono solto sobre um caixote que servia de depósito de papel de embrulhos, sob o balcão da venda.
Em outra ocasião, lá pelas tantas, um dos parceiros no jogo, o senhor Stênio Garcia de Paiva, um alegre e brilhante bon vivant, filho de importante empresário de Belo Horizonte, quis lembrar-se de antiga modinha que conhecera em Diamantina. Desde suas primeiras informações, eu, de meu esconderijo, atinei com a resposta. Mas os adultos - isso eu e meus irmãos sempre soubemos - são uns tapados. Só davam palpites errados.
No decurso do jogo, pintavam os mais diferentes assuntos. No caso da modinha, após umas duas jogadas, o sr. Stênio insistiu:
- Ora, pessoal, é uma modinha muito bonita e muito conhecida. Tenho certeza de que vocês a conhecem. Há uma história muito interessante, ligada a essa modinha, que eu quero contar a vocês. Mas antes tenho de me lembrar da modinha. É uma em que o camarada apela para a namorada vir ouvi-lo.
Mas, com todo o respeito, a turma era burrinha mesmo. Não acertava um palpite. E a cada vez que o sr. Stênio voltava ao assunto eu tremia de impaciência e trincava os dentes para evitar que gritasse minha opinião. Mas ninguém é de ferro. Quando a pergunta mais uma vez foi feita, não pude me conter. E saindo de minha toca aproximei-me do sr. Stênio e falei assim:
– Olha, seu Stênio, eu acho que a modinha é esta - E com a voz desafinada que Deus me deu, comecei a cantar:


Acorda minha beleza,
descerra a janela tua,
espalha-se a luz da lua
pela poética devesa.

O sr. Stênio era um extrovertido. Vibrou. Abraçou-me, lascou-me um beijo na testa. Os parceiros também gostaram e me abraçaram sorrindo.
Mas houve uma exceção. Meu pai. Vendo-me surgir do nada, contrariando sua determinação, fechou a cara e foi ríspido:
– Você perdeu boa oportunidade de ficar calado. Sua mãe o está chamando lá dentro ...
Eu pus o rabo entre as pernas, como se diz, e fui saindo de cabeça baixa, murcho, sem graça, igual a cachorro que fez “malfeito” na igreja...

ADENDO

Um dia, nos anos 60, encontrava-me em meu escritório, no centro da cidade, quando se apresentou um cidadão idoso, da parte do jornal “Estado de Minas”.
Entregou-me o seu cartão mas eu já o havia reconhecido assim que transpôs a porta de entrada do escritório.
Deixei-o falar do trabalho que estava executando na cidade para o jornal.
Depois informei-o de que já o conhecia. E contei-lhe o caso do jogo de pôquer.
O bom homem se desfez em lágrimas.
Quando se recompôs convidei-o a participar de um encontro de seresteiros que aconteceria à noite, em minha casa.
Ele compareceu e em dado momento os seresteiros cantaram em sua homenagem, a meu pedido, a modinha pela qual demonstrara predileção naquela noite distante, entre amigos. Ele agradeceu comovido e retirando-se para uma mesa ao lado, escreveu e depois leu para os presentes o que abaixo vai transcrito, cujo original me entregou.

“Luiz de Paula, filho do querido Tico, homem paradoxal de bondade e severidade, que nós, na nossa ignorância e incompreensão tratávamos apenas no risco de nossa insatisfação. Mas que a ampulheta do tempo nos prostra hoje de joelhos em preces de gratidão.
Quantas vezes aquela bondade que não tive a graça de sentir como precisava, batia-me no ombro e na doçura da advertência e do conselho, dizia-me: senhor Stênio, o senhor tem uma bondosa esposa.
Sou esmoler da palavra que a emoção torna ainda mais difícil. Muita coisa desejaria falar ao seu coração terníssimo Luiz, e que você bondosamente e enternecidamente escutaria, mas não vou roubar aos seus amigos o encantamento destes momentos e no embaraço de pontualizar meu matraquear de velho, peço que me perdoem a inoportunidade do que não pude calar.
Obrigado a todos. Sinta, meu caro Luiz, meu abraço no seu coração.
Stênio Garcia de Paiva”


(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°35483
De: Humberto Barros Data: Sábado 24/5/2008 08:40:09
Cidade: Montes Claros

E-mail: humberto001@ig.com.br
Telefone: (38) 91020413
Mensagem: Meus caros, gostaria de saber, se o Deputado Tadeu Leite, tem alguma participação nessa emissora. Pergunto isso, porque qualquer critica que fazemos ao deputado, vocês simplesmente ignoram, agem do mesmo modo que a radio terra. Desculpem se a pergunta é indiscreta, mais ficaria muito grato, se obtivesse uma resposta. Obrigado pela atenção. Humberto Barros

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Mensagem N°35465
De: Vilela Data: Sexta 23/5/2008 13:44:03
Cidade: Montes Claros

Caro Marcelo, que tenho conhecimento, a missa mais cedo no domingo é as 07:00 horas na Igreja do colégio Imaculada e na capela do batalhão de polícia, com os Monsenhores Silvestre e Alencar respectivamente.

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Mensagem N°35464
De: Waldyr Senna Data: Sexta 23/5/2008 13:35:52
Cidade: Montes Claros

Na pauta da campanha

Waldyr Senna Batista

Há sinais de que a palavra honestidade permeará a campanha eleitoral em Montes Claros, a partir de julho. Em discurso que durou exatos seis minutos, na Câmara municipal, o vereador Athos Mameluque, que também preside o diretório local do PMDB, pronunciou-a mais de uma dezena de vezes. Intercalando frases curtas com interrogações, pôs em dúvida a honestidade do prefeito Athos Avelino, que prometeu interpelá-lo judicialmente.
Ao acionar sua metralhadora giratória o vereador peemedebista trilhou a linha habitual do candidato do seu partido e parece ter pretendido tomar a dianteira dos debates que virão quando se instalarem os palanques e os programas de rádio e televisão. A escaramuça atingiu em cheio o mais destacado item do currículo do prefeito, que sempre o tem citado como diferencial num segmento em que grande parte dos políticos brasileiros tem deixado a desejar.
Esse debate vem de longe e tem até resposta pronta da parte mais aguerrida da oposição local, que, ao se defender, ataca dizendo que, ser honesto, é obrigação de todas as pessoas, especialmente das que exercem função pública. E completa afirmando que quem se preocupa em alegar com insistência essa condição é porque tem culpa no cartório.
O chumbo trocado, portanto, não chega a ser novidade, e o prefeito, pelo que enfrentou na eleição passada, não deve estar esperando vida mansa na campanha que se aproxima. Com a diferença de que, desta vez, a agressividade será amplificada, envolvendo os demais concorrentes, numa espécie de frente ampla que, paradoxalmente, congregará adversários no combate ao adversário comum.
Estatísticas de âmbito nacional revelam que, dos prefeitos que tentaram o segundo mandato, 62% alcançaram o objetivo. Teoricamente, isso coloca como favoritos todos os que buscam a reeleição, sem se afastarem do cargo e tendo nas mãos a máquina administrativa. Quando manipulada criteriosamente, essa força poderosa assegura vantagem expressiva. Se utilizada abusivamente, como se tem visto no país inteiro, o poder de fogo torna-se ilimitado.
A esta altura da precampanha, todos os concorrentes já dispõem de pesquisas com base nas quais estabelecem sua pauta. Ninguém disputa prefeitura de município de relativa importância sem o uso dessa ferramenta, aperfeiçoada de forma a abranger todos os passos dos candidatos, desde a montagem da programação até a abordagem dos temas de maior receptividade em cada pedaço do município.
O prefeito Athos Avelino já esteve em situação mais desconfortável, segundo as pesquisas realizadas para uso interno. Mas poderia estar melhor posicionado, se não tivesse demorado tanto em mostrar serviço, instalando canteiros de pequenas obras, como está acontecendo. Ele se deixou envolver pelo esforço de arrumar a casa e na tentativa de domar a chamada herança maldita, além de apostar nas grandes obras financiadas pelos governos estadual e federal, nas quais é acusado de pegar carona. Elas não ficarão prontas antes da eleição, exceto a usina de biodiesel da Petrobras, para cuja inauguração ele pretende trazer o presidente Lula da Silva.
São as pequenas obras que geralmente fazem a diferença em qualquer administração. Asfaltamento de ruas, recuperação de praças em parceria com empresas privadas, melhor aparelhamento de postos de saúde e escolas, atendem ao trivial e produzem efeitos eleitorais imediatos. Nos primeiros dias da administração, a primeira-dama Vera Pereira, em entrevista, deu a receita, que não foi aviada devidamente: “Nossa administração será de pequenas obras”. Elas não apareceram e as grandes estão na base do vamos ver.
Agora, o tempo trabalha contra o prefeito, que ainda poderá contar com dois fatores importantes: a exposição natural devido ao exercício da função e a divulgação da publicidade institucional, condicionada aos rigorosos limites da legislação eleitoral e à qualidade técnica do material produzido, que até agora tem deixado a desejar.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a "Coluna do Secretário", n "O Jornal de M. Claros", publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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Mensagem N°35455
De: Luciana Data: Sexta 23/5/2008 09:53:10
Cidade: Copenhagen  País: Dinamarca

Na verdade a fábrica de producao de insulina em Montes Claros nao produz para comércio interno no Brasil, ela produz para exportacao! Se tiverem que comprar insulina desta empresa, precisam contactar o escritorio de vendas em Sao Paulo e eles vao fornecer a insulina que é produzida na Dinamarca, Franca ou Estados Unidos.

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Mensagem N°35453
De: Jotamoc@yahoo.com.br Data: Sexta 23/5/2008 08:56:05
Cidade: Montes Claros

Morre em Manaus, as 6h desta manhã, o Senador Jeferson(76 anos) Perez-PDT-AM, vítima de infarto fulminante.

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Mensagem N°35451
De: Toninho de Bola Data: Sexta 23/5/2008 07:34:45
Cidade: Montes Claros  País: Brasil

Gostaria sinceramente de parabenizar este MURAL, pelas maravilhosas cronicas de que postam aqui, Dona Ruth Tupinambá, Augusto Vieira, Rafael Reys e outros craques da escrita que não conheço, mas os leio a todos, e um parabéns especial ao MURAL, pela publicação gratuita do livro do Dr. Luiz de Paula, que é um verdadeiro deleite para mim,que quando leio seus capítulos, sinto como se estivesse assistindo um filme da minha infancia, da qual sinto saudades, ocorrida na minha pequena , mas inesquecível Monte Azul. Muito Obrigado MURAL.

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Mensagem N°35450
De: Raphael Reys Data: Sexta 23/5/2008 06:41:58
Cidade: Moc  País: Br

MURRÃO DA ROÇA

Dentre os valentes dessa terra de Figueira em tempos de antanho, tínhamos o Chico Dominguinhos, o Tenente Estrela, e nos anos 50 Lêro Reis o boxeador.
Nos Montes Claros ainda românticos, o halterofilista Leônidas era um modelo de masculinidade da época. Só que rasgou a boca no arame ao desafiar um magro e pequeno forasteiro chamado Baianinho, um mestre em capoeira, que lhe aplicou uma surra na terra poeirenta e vermelha das ruas de então.
Chapas de caminhão costumavam serem valentes e fanfarrões, assim como Leonel Cara Cortada, ou Leonel Estrelinha que foi furado no pescoço por Gerinha Portuguesa, outro valente. E também o chapa Brigadeiro, que não usava camisa tinha empunhadeiras de couro nos pulsos e andava se balançando todo. Feito pato descendo o morro!
Aí veio a geração de valentes presepeiros, como o Canário Pardo que tinha os braços tatuados e só andava em cana; Negão da Titia, que assombrava a Malhada Santos Reis. O bairro Roxo Verde era palco de muitos valentes: Zé Louro, Tião Chapa, Jailson e Xuxú um guarda costas de políticos.
Dentre outros valentes do pedaço havia o Sapatão da Vila Oliveira, o Zé do Burro que era guarda costa de Manoel do Bandeira 2. Noé Santana no Alto São João, Zé Piolho na Vila Ypiranga, ex-atleta e torcedor fanático do Bela Vista.
Dentre os valentes e bazofistas o Zé Veloso da Santa Rosa, que derrubava os juizes de futebol que marcavam pênalti contra o seu time de estimação. O Geraldim Puliça no Renascença e o Sansão na Vila Brasília. O João Tijolo valente empreiteiro de mortes encomendadas e o folclórico Eduardo Pistoleiro.
Didi Fofo, nos Morrinhos que foi enrolado em fios de arame farpado e jogado ladeira abaixo rolando. O exemplo não adiantou nada!
Nenzim e João Brejeiro, Paulo do Dnocs, Gabilera do Alto São João, que furava bola em jogo e Zé Doido e João Capa Preta, na Igrejinha do Bom Jesus.
Da equipe de peões da Matsulfur dois valentes que davam trabalho: Edson Estragarraça e Nogueirinha, toda segunda feira tinham que ser tirados da carceragem por Necésio de Moraes. Na baixada da Matriz, os valentes eram o Borreta e o Leonídio!
Na galeria dos destemidos e valentões, cita-se Wilson Fróes, Walter Zorro, Geraldo Pau de Sebo, Cabila do Roxo Verde e o negão Torresmo, da nova geração das escolas de capoeira. Não podemos deixar de citar o valente e dom Juan arrasador de corações de mulheres mal amadas, o Dilo Barbeiro, com seu facão curto dentro da bolsa a tiracolo.
E para encerrar a crônica, citaremos um frouxo e laxativo. Evandro Canzil, um cruzeirense enrustido que veste camisa do Atlético para despistar e bagunçar o coreto dos atleticanos. Ele é tão frouxo que corre de medo de despacho arriado na encruzilhada e medalha com o signo de São Salomão! É tão medroso que não passa na porta da Casa Minas Gerais.
Nós temos histórias. Somos curraleiro, mas, somos chiques. Arrasamos até em murrão da roça!

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Mensagem N°35448
De: Gildásio Data: Quinta 22/5/2008 22:02:51
Cidade: Montes Claros

Hoje, vi pela primeira vez um sinal efetivo de que a Makro Atacadista vai se instalar em M. Claros, no galpão onde funcionou a antiga Fuji, no bairro Planalto. Passei pelo local e vi a derrubada de árvores frutíferas, que ficavam no pátio da frente. Foram plantadas há cerca de duas décadas pelos então funcionários da Fuji, posteriormente adquirida pela Mitsubishi do Brasil. O terreno acaba de ser transferido para a Makro, que anunciou para o dia 30 de junho a inauguração dos seus serviços em M. Claros. O empreendimento, ao lado da duplicação da avenida Magalhães Pinto, dará um impulso realmente novo àquela parte da cidade. Aliás, li aqui neste interessante Mural que a duplicação acelera e define as duas cidades de Montes Claros: a cidade baixa com o centro histórico, e cidade alta, localizada naquela platô e áreas próximas. Fui informado de que a empresa atacadista usará o grande galpão já existente no local, abreviando desta forma a sua instalação dentro do tempo recorde de 40 dias. A vinda desta grande empresa forçosamente atrairá outras do mesmo ramo, como a francessa Carrefour. Agora, é esperar para ver. (Em tempo: na mesma avenida duplicada, um pouco antes do Max Min Clube, mas na pista contrária, a farmácia Minas Brasil está levantando o clube dos seus funcionários).

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Mensagem N°35441
De: Ruy Data: Quinta 22/5/2008 07:43:19
Cidade: Brasília DF

Mais do que nunca o noticiário no Brasil depende de escândalos em Brasília e desastres no Brasil.

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Mensagem N°35440
De: Joanes Cavalcanti Data: Quinta 22/5/2008 06:08:07
Cidade: Januária

É brincadeira o cara falar que está estudando Medicina no Paraguai, Bolívia, Venezuela. Quando eu não queria nada na vida eu já estive dentro de um ônibus cheio de colegas que estavam saindo do norte de Minas Gerais para esta aventura, mas quando escutei o coordenador, espécie de "gato" falar:- fiquem calados, porque o negócio é o diploma! Eu começei a ter convulsão (Contração violenta e involuntária dos músculos acompanhada de abalos mais ou menos violentos)e pulei fora do ônibus com minha mala. Meses depois um dos colegas voltaram falando que aquilo é loucura e que é um faz de conta que estavam estudando. O governo tem de tomar uma providência, porque isto contraria todos os princípios da honestidade e ética. O indivíduo faz o antigo madureza, supletivo(EJA) e corre para Bolívia, Paraguai e outros países e volta com o distintivo( não é diploma) de médico.
Brincadeira à parte, mas naquele momento eu lembrei do sofrimento dos colegas que estudam Medicina, Odontologia na Unimontes e senti que estava sendo desonesto com a nação brasileira.
Hoje eu trabalha na fazenda do meu pai em Januária e produzimos muito milho, feijão e criamos gado e estou ciente que ajudo este país crescer. Está de bom tamanho, mas não estou tapeando ninguém.
Cursos na área da saúde é coisa séria.

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Mensagem N°35437
De: Lucy Data: Quarta 21/5/2008 22:48:48
Cidade: S. Paulo

Já que os fados me transportam para a minha natal M. Claros, de onde jamais deveria ter partido, envio desta fria paulicéia desvairada uma outra citação à nossa Moc, ainda de Maria Lúcia Godoy. É quando a soprano número um do Brasil relata uma guerra musical na qual se envolveu nossa querida cidade. Tempos outros, diversos do atual, quando era por música, e por poesia, que se enfrentavam as doces cidades de Minas, hoje sitiadas pelo medo e pela violência.
Aspas, para o relato:

"É a ti, flor do céu, que me refiro
Neste treno de amor, nesta canção
Vestal dos sonhos meus, por quem suspiro
E sinto palpitar meu coração

Não te esqueças de mim, por piedade
Um só dia, um só instante, um só momento
Não me lembro de ti sem ter saudades
Nem me podes fugir do pensamento

Quem me dera outra vez esse passado
Essa quadra ditosa em que vivi
Quantas vezes na lira debruçada
Cantando em teu colo adormeci

Esta modinha gerou, em 1969, uma "Guerra" entre o Serro, Santa Luzia, Diamantina e Montes Claros, cada cidade desejando ser a sua "terra natal". Ganhou Diamantina, berço de Teodomiro Alves Pereira e Modesto A. Ferreira, seus autores. Na época, a "guerra" teve repercussão nacional, ajudando a imortalizar mais ainda esta melodia, preferida de Juscelino Kubitschek"

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Mensagem N°35434
De: Luiz de Paula Data: Quarta 21/5/2008 21:51:58
Cidade: M. Claros

(Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 13)

COMPANHEIROS DE AVENTURAS

Sou o quarto filho em uma família de sete irmãos. Quando comecei a entender as coisas já encontrei à minha frente três sabichões que conheciam de tudo neste mundo - os três irmãos mais velhos.
De como fazer um bodoque de pau pereira ou uma arapuca de vergônteas tratadas ao calor do fogo. Ou preparar visgo de leite de gameleira cozinhado em água fervente. Ou, ainda, como colher o buriti para fazer alçapões e gaiolas ou como pegar codornas no campo, correndo em círculos ao redor delas até as bichinhas ficarem tontas e aí bastava atirar o chapéu em cima delas e apanhá-las com as mãos. E ainda a contar terríveis histórias de capetas e assombrações.
Não vou negar: eles me ensinaram muitas coisas. Mas viviam a caçoar de mim. E me batiam por qualquer dê-cá-uma-palha.
E não aceitavam que eu os acompanhasse quando saiam para pescarias no Rio das Velhas e nos córregos existentes em volta do povoado. E nem para as caçadas de codornas, inhambús e preás, no Anda-sol, na Palma Velha ou no Morro da Anta.
Diziam que eu era muito novo.
Sentindo-me desprezado eu me fazia de bobo e saia de perto deles mas ficava a vigiá-los. E quando eles se punham a caminho eu os acompanhava por fora da estrada, para não ser visto, escondendo-me atrás dos arbustos, sempre de longe.
Mas eles eram muito sabidos e por mais que me ocultasse acabavam por me descobrir. Aí eles paravam e ordenavam aos gritos que eu voltasse para casa. E um ou outro, mais ranzinza, corria em minha direção para forçar-me a regressar. Eu não era bobo de ficar esperando. Corria também, a valer, sempre olhando para trás, para manter a distância entre nós. Quando o perseguidor desistia e voltava para junto dos outros eu também retornava, mantendo sempre a distância que me protegia.
A estrada para o rio era de boa largura, numa distância de mais de um quilômetro, o que facilitava essas escaramuças.
Quando eles começavam a jogar pedras eu recuava para altura em que as pedras já chegavam sem força. As pedras batiam no chão e vinham pulando até pararem junto a meus pés.
E assim a coisa prosseguia. Eles em marcha à frente e eu os acompanhando, ora recuando, ora avançando, em permanente estado de beligerância.
Até que acontecia algo que por mim já era esperado. Algum deles se lembrava de que havia esquecido alguma coisa. Podia ser um anzol ou uma isca especial, ou um canivete. Qualquer coisa desse tipo. De minha posição eu percebia que eles haviam parado e confabulavam.
Daí a pouco um deles se desgarrava e vinha em minha direção. Passo a passo, sem gritar, sem xingar, sem jogar pedras. Eu percebia que ele vinha em paz. Era a figura clássica do parlamentar. Só faltava a bandeira branca.
Eu então ficava na minha. Parado mas alerta. Pronto para ouvir, mas pronto também para dar no pé. Se fosse uma armadilha.
Quando a aproximação começava a por em risco a minha segurança, eu gritava:
– Fala daí mesmo!
Meu irmão compreendia a razão de meus temores, estacava a razoável distância e me passava as ordens sobre o que eu deveria ir buscar. E que fosse correndo.
Aí eu ficava feliz. Num átimo voltava ao povoado, pegava o que fôra buscar e retornava, sempre correndo, já sem qualquer temor.
E reinavam a paz e a democracia.
Permitiam até que eu participasse e opinasse em assuntos da maior importância. Como aconteceu certa ocasião em que juntos decidimos sobre qual a melhor fruta do mundo.
Após acalorada discussão, da qual eu tive a honra de participar, chegamos a um consenso. Não era somente uma, mas eram três as melhores frutas do mundo. A jabuticaba, a pinha de casa e o abacaxi


(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°35433
De: Carlos Alberto Data: Quarta 21/5/2008 20:05:43
Cidade: Montes Claros-MG

Montes Claros tem 3 faculdades de Medicina e mesmo assim faltam médicos Pediatras e Clínicos Geral para atender nos Pronto-Socorros da cidade. Isso mostra que não é a quantidade que vai resolver o problema da saúde pública da cidade e do país!

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Mensagem N°35432
De: Thiago Data: Quarta 21/5/2008 19:48:42
Cidade: M. Claros

Só tem dois fiscais para fiscalizar toda Montes Claros na Secretaria do Meio Ambiente.

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Mensagem N°35431
De: marcos p. f. s. Data: Quarta 21/5/2008 19:31:26
Cidade: Salinas MG

salinas uma cidade a maior cidade do vale do jequitinhonha ainda não tem uma internet decente gostaria de saber das autoridades quando vamos ter uma internet do tipo velox ou mesmo um sinal de qualidade pois se a cidade quer entrar na era digital isso é muito necessário torço muito por salinas e sei que isso vai ser muito importante para o nosso futuro.

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