Polícia Civil confirma a prisão, na porta de escola: "Um homem de 55 anos foi preso em flagrante em M. Claros, (...) por estupro de vulnerável". Menina, de 12 anos, "teria contado que era abusada sexualmente pelo pai adotivo, desde os sete anos”
Quarta 19/03/25 - 10h5110h46m, quarta-feira, da Polícia Civil:
Palestra da PCMG leva a prisão de suspeito de estupro de vulnerável
Um homem de 55 anos foi preso em flagrante pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), na última segunda-feira (17/3), em Montes Claros, região Norte do estado, por estupro de vulnerável.
A vítima, uma criança de 12 anos, revelou à polícia que era abusada sexualmente pelo homem, seu pai adotivo, após uma palestra sobre violência contra à mulher na escola.
A palestra foi ministrada por uma investigadora da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) na escola em que a vítima está matriculada.
Durante a apresentação, a policial civil Sabrina Gregória teria suspeitado do comportamento da menina, que estava muito tensa e chegou a chorar enquanto ela falava.
A delegada Karine Maia conta que ao final do evento, a policial pediu para a diretora observá-la.
“Durante conversa com a diretora ela teria contado que era abusada sexualmente pelo pai adotivo, desde os sete anos”, disse.
A apuração realizada até o momento aponta que a adolescente foi adotada pelo casal quando tinha sete anos. Desde então, ela relatou que sofre abusos.
A violência sexual ocorria na residência da família, e o homem aproveitava do fato de ser aposentado e da esposa trabalhar.
A investigação revelou, ainda, que ele passou a buscar a criança mais cedo na escola para que desse tempo de chegar em casa e manter a relação sexual no horário em que a mãe ainda estava ausente.
Conforme informou a delegada, no dia da prisão, a vítima revelou que teria sofrido abusos ainda naquela manhã.
O homem foi preso em flagrante na porta da escola da filha.
“Ele permaneceu em silêncio durante depoimento e também não quis fornecer material genético para ser utilizado na investigação”, adiantou Karine Maia.
Controle rígido
Conforme levantamentos investigativos, a vítima vivia sob rígidas regras impostas pelo padastro, que limitava suas interações e controlava sua aparência de forma extrema.
A jovem não tinha permissão para brincar com os colegas no intervalo da escola e era obrigada a usar roupas que escondessem qualquer traço de delicadeza.
“Seu cabelo, antes mais longo, foi cortado bem curto sob a justificativa de higiene, mas, no fundo, servia para reforçar a imagem que o investigado queria impor”, relatou a delegada.
“O mundo dessa garota era constrito a tais restrições, por meio das quais sua identidade parecia ser moldada por vontades alheias”, analisou Karine.
O investigado continua preso no sistema prisional à disposição da Justiça, e as investigações continuam.